Lima, 30 set (EFE).- O ex-presidente peruano Alberto Fujimori
(1990-2000) foi condenado hoje a seis anos de prisão por espionagem
telefônica, pagamento de propina a congressistas e compra de espaços
em um jornal e em uma rede de TV.
Fujimori foi declarado culpado dos crimes como peculato doloso
(desvio de verba pública), corrupção ativa contra a Administração
pública e quebra de sigilo telefônico.
A sentença ditada pela Suprema Corte do Peru vai ser cumprida a
partir de 2013 e é a quarta recebida pelo ex-presidente desde que
foi extraditado do Chile em 2007.
Além de ter pego 25 anos de cadeia por violar os direitos
humanos, Fujimori foi condenado a 7,5 anos de prisão por dar
dinheiro público a seu ex-assessor Vladimiro Montesinos e a outros
seis anos por ter invadido ilegalmente a casa da mulher de seu
ex-conselheiro.
Fujimori aceitou as acusações que lhe foram apresentadas no
processo. Os juízes encarregados do julgamento disseram que, no caso
da compra de espaços em um canal de TV e no jornal "Expresso", "o
acusado, fazendo mal uso da mais alta hierarquia, realizou ações
ilícitas encaminhadas a conseguir sua reeleição" em 2000.
O dinheiro gasto na ocasião - US$ 2 milhões - saiu do Orçamento
das Forças Armadas e foi utilizado com o pleno conhecimento do
acusado.
Sobre o caso dos grampos telefônicos, a Justiça afirmou que
Fujimori buscava "controlar a atividade política no país", criando
centros de escuta para espionar diversos jornalistas e políticos
opositores.
A respeito dos 13 congressistas que receberam propina, o Supremo
peruano disse que, ao comprar o vato de parlamentares opositores,
Fujimori tentava "obter uma maioria parlamentar a qualquer custo" e
"controlar os trabalhos de fiscalização do Congresso". EFE