Por Lefteris Papadimas e Leigh Thomas
ATENAS/PARIS (Reuters) - A Grécia disse nesta terça-feira que enviou uma proposta abrangente de reforma aos seus credores internacionais, pedindo que sejam realistas e aceitem o plano para chegar a um acordo que libere a ajuda congelada para o país antes que Atenas fique sem dinheiro.
O anúncio feito pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, ocorreu horas depois de os líderes da Alemanha, França e das instituições de crédito realizarem conversações de emergência sobre a crise da dívida grega, em Berlim, em um sinal do elevado nível preocupação com o impasse.
Parecia ser uma tentativa de antecipar-se a uma oferta do tipo pegar-ou-largar pelos credores e de mostrar aos eleitores gregos que o governo também está apresentando propostas.
"Apresentamos um plano realista para que a Grécia saia da crise. Um plano realista, cuja aceitação por parte das instituições, nossos credores e os nossos parceiros na Europa irá marcar o fim do cenário de divisões na Europa", disse Tsipras a repórteres.
"Fica claro agora que a decisão sobre se eles querem se ajustar ao realismo ... a decisão cabe à liderança política da Europa."
Não ficou claro de imediato se o documento, que algumas autoridades da UE disseram ainda não ter visto, abre algum espaço para as principais questões pendentes sobre reformas do mercado de trabalho e na previdência, metas fiscais e a dimensão do serviço público, questões que permearam os quatro meses de duras negociações.
Uma porta-voz da Comissão Europeia disse que muitos documentos estão sendo trocados entre os negociadores, o que "já é um bom sinal". As conversações com a Grécia continuam e "nós não chegamos lá ainda", disse ela.
Fontes próximas às negociações disseram que na proposta grega não houve grandes concessões nas questões cruciais para um acordo.
O chefe da economia da União Europeia afirmou anteriormente que a Grécia havia apresentado suas primeiras propostas de reforma das aposentadorias, num momento em que as conversações chegam a um ponto decisivo esta semana, já que o país está ficando sem dinheiro.