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Prioridade da Nextel é ampliar participação no Brasil, mas venda não é descartada

Publicado 03.06.2015, 07:05
© Reuters.  Prioridade da Nextel é ampliar participação no Brasil, mas venda não é descartada

Por Luciana Bruno

SÃO PAULO (Reuters) - A operadora telefonia e comunicação via rádio Nextel tem como prioridade investir e ampliar sua participação no mercado brasileiro, após abandonar praticamente todas as demais operações na América Latina, disse à Reuters o presidente da empresa no Brasil, reconhecendo, contudo, que dependendo do preço, tudo pode ser vendido.

Controlada pela norte-americana NII Holdings --que nas próximas semanas deve sair da recuperação judicial nos Estados Unidos--, a Nextel Brasil lançará na semana que vem novos planos de voz e dados, com os quais espera ser mais competitiva nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, seus principais mercados no país, com foco no segmento pós-pago.

"O Brasil é altamente competitivo", disse presidente da operadora no país, Gokul Hemmady, à Reuters. "Há conversas sobre consolidação no mercado, mas não estamos focados nisso. Estamos num caminho de executar planos e ganhar participação."

A NII Holdings chegou a ter operação em mais quatro países latino-americanos (Argentina, Chile, Peru e México), mas após uma série de desinvestimentos, está somente no Brasil e na Argentina. A meta é vender a operação argentina ainda este ano.

"Não temos intenção de vender nossa operação (no Brasil). Saímos de cinco países e agora estaremos em um só, após vendermos a Argentina. Isso não foi acidente, foi pensado, faz parte da estratégia", disse Hemmady.

"Dito isso, toda a venda tem o seu preço."

Sem divulgar números, Hemmady afirmou que a Nextel pretende intensificar os investimentos no Brasil, tanto em rede de infraestrutura como em publicidade, e que boa parte dos recursos da recente venda das operações da NII Holdings no México para a AT&T, por 1,8 bilhão de dólares, virá para o país.

"Sair do Chapter 11 nos Estados Unidos nos dará flexibilidade de investir e expandir nossas redes."

Antes restrita à comunicação via rádio, a Nextel tornou-se operadora de telefonia há cinco anos e hoje tem 4,2 milhões de clientes no país, sendo 2 milhões usuários de telecomunicação via rádio, e o restante com voz e dados.

Pelos dados de abril da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Nextel é a quinta maior operadora do país em acessos móveis, mas com participação de apenas 0,67 por cento. A quarta maior, Oi, tem 17,68 por cento. Considerando apenas o mercado pós-pago, a empresa tem 11 por cento de participação no Rio de Janeiro e 7 por cento em São Paulo.

Nos novos planos que serão lançados semana que vem, a ideia é combinar pacotes de dados de 2 GB, 5 GB ou 10 GB com pacotes de voz de 50, 500 ou 2.500 minutos para qualquer operadora, com preços variando entre 109,99 e 259,99 reais. Atualmente, a Nextel oferece planos fixos de minutos e dados sem combinações.

De acordo com George Dolce, vice-presidente de marketing e vendas da Nextel, a intenção é permitir maior flexibilidade dos planos, que podem ser alterados mensalmente, de acordo com a demanda do consumidor.

A Nextel atua com rede própria em 3G e 4G em São Paulo e no Rio de Janeiro, assim como em todas as capitais do país e cidades acima de 500 mil habitantes. A operadora tem ainda acordo de compartilhamento de rede 3G com a Vivo em 2,7 mil cidades do país.

"Reconhecemos que nesse momento há uma desaceleração econômica e é impossível saber quanto vai durar", disse Hemmady. "Mas em meio à crise há oportunidades, o valor (do serviço) se torna mais importante."

No primeiro trimestre, a Nextel Brasil teve lucro de 3,5 milhões de dólares, ante a prejuízo de 49,3 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2014.

4G

Na tecnologia de Internet de quarta geração (4G), a Nextel atua somente no Rio de Janeiro e pretende lançar o serviço também em São Paulo, disse Dolce. Mas para isso a operadora terá de comprar espectros da frequência 1,8 GHz, que devem ser leiloados pela Anatel ainda este ano.

Segundo o executivo, a companhia não participou do leilão do ano passado da frequência de 700 Mhz porque já trabalhava com a frequência de 1,8 Ghz no Rio de Janeiro. No longo prazo, também planeja utilizar no 4G a frequência de 800 Mhz, hoje usada no rádio, se houver migração de clientes para outras tecnologias.

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