Madri, 23 abr (EFE).- A economia espanhola retrocedeu 0,5% no primeiro trimestre, o que representa uma desaceleração do ritmo de queda do PIB com relação ao último trimestre de 2012, no qual encolheu 0,8%, segundo a estimativa publicada nesta terça-feira pelo Banco da Espanha.
A instituição destacou que a diminuição do ritmo de queda ocorreu em um momento de melhoria dos mercados financeiros europeus, salvo por episódios pontuais de incerteza relacionados às dificuldades da Itália para formar governo e às complicações para o resgate financeiro do Chipre.
Apesar destes episódios, o Banco da Espanha ressaltou que a recuperação das condições de financiamento tanto do Tesouro público como do setor privado continuou.
O índice registrado no primeiro trimestre é explicado pela queda de 0,8% da demanda interna, menor que a registrada no trimestre precedente, o que é consequência de um comportamento menos negativo do consumo das famílias e da diluição do efeito da alta do IVA e da supressão do pagamento extra de dezembro aos empregados públicos.
No entanto, a instituição disse que a pouca capacidade de economia das famílias em um contexto de queda da renda disponível, elevado endividamento e panorama trabalhista incerto deixa pouca margem para a recuperação do consumo a curto prazo.
A despesa das empresas em investimento também caiu em menor ritmo no primeiro trimestre devido à melhora da confiança empresarial e à manutenção das vendas ao exterior.
O comércio exterior seguiu fornecendo crescimento à economia (0,3%), pois as importações sofreram uma queda menos acentuada e as exportações se recuperaram apesar da fraqueza da zona do euro, principal mercado receptor de bens e serviços espanhóis.
A destruição de emprego também se moderou, já que caiu para uma taxa de 4,5% anualizado, contra o índice de 4,7% do trimestre anterior.
O aumento do desemprego registrado sofreu uma desaceleração, apesar do Banco da Espanha acreditar que a tendência reflita uma "intensificação do desânimo após um período tão prolongado de destruição de emprego", o que leva a uma menor procura por serviços públicos. EFE