Investing.com - Os futuros do petróleo operam com grande volatilidade nesta quarta-feira em meio aos dados do setor nos Estados Unidos. Após reverter a tendência e disparar para alta, a commodity perdeu força e opera com perdas de mais de 2%, abaixo do patamar de US$ 44.
O barril da commodity é vendido na bolsa de Nova York a US$ 43,95 às 12h, com queda de 2,1% após a divulgação do relatório semanal do mercado de upstream e downstream norte-americano. O Brent, em Londres, acompanha a tendência e cede 2% para US$ 46,20/barril.
O petróleo disparou para alta com a divulgação de queda de 560 mil barris na semana passada nos estoques dos EUA, contra as previsões de aumento de 3,8 milhões de barris. Na semana anterior, a redução nos estoques bateu recorde de mais de 15 anos com consumo de 14 milhões de barris, provocados pela interrupção parcial da importação com a passagem do furacão Hermine pelo Golfo do México.
Os investidores viraram a mão rapidamente e pressionaram a commodity para nova queda com a leitura mais detalhada do relatório semanal da agência de energia dos EUA que mostrou, pela primeira vez em meses, o aumento da produção do país.
Em relação à semana anterior, os produtores norte-americanos elevaram em 35 mil barris/dia a produção. O maior ganho veio do Alasca, com aumento de 30 mil b/d, enquanto os demais estados contribuíram com alta de 5 mil b/d.
Essa inversão da tendência aumenta o pessimismo sobre o impacto reduzido do baixo preço do petróleo sobre o mercado produtor norte-americano e as apostas em uma manutenção da sobreoferta por mais tempo.
Nos últimos meses, a atividade exploratória de petróleo tem aumentado no país, segundo dados coletados pela Baker Hughes. Na sexta-feira, a prestadora de serviços divulgou que 414 sondas estão em atividade no país, número que vem crescendo desde a mínima de 316 unidades no final de maio.
Apesar da aparente reversão na tendência de alta na produção e na atividade exploratória, os números ainda fracos em relação há um ano. Em setembro de 2015, a extração de petróleo nos EUA era de 9,1 milhões de barris, ou 624 mil b/d a mais da média da semana passada, e 650 sondas estavam contratadas.
Se confirmada a tendência, aumentam as pressões sobre a Opep que, desde 2014, resolveu pressionar com preços mais baixos os produtores de maior custo a cortarem sua produção para reequilibrar o mercado. O objetivo dessa estratégia era manter - e se possível ampliar - o marketshare do cartel em um ambiente de redução no ritmo de aumento da demanda.
Nos últimos meses, os países da Opep, especialmente Arábia Saudita, têm elevado sua produção para níveis recordes e inundado o mercado com mais petróleo barato em um ambiente de demanda restrita.
Neste mês, a organização deverá se reunir informalmente na Argélia para discutir possíveis ações para equilibrar o mercado. As apostas do mercado é que os países não anunciarão congelamento ou corte na produção, assim como na última reunião do tipo em abril.