Bruxelas, 19 jan (EFE).- O Parlamento Europeu manifestou nesta quarta-feira sua preocupação com a crise política no Haiti, um ano depois que o terremoto atingiu o país, e declarou que a situação "continua caótica e emergencial".
O plenário do Parlamento, reunido em Estrasburgo, na França, aprovou uma resolução que destaca a fraqueza do Estado haitiano e na qual expressa sua "profunda preocupação pela crise política atual, após os resultados de uma eleição muito questionada".
Além disso, considera que a União Europeia (UE) deve tomar todas as medidas possíveis para apoiar um processo eleitoral legítimo e transparente além de garantir o bom desenvolvimento do segundo turno, que foi adiado, com o objetivo de tentar evitar que o Haiti caia em uma crise ainda mais grave.
"Somente um presidente eleito e legítimo e parlamentares legítimos podem tomar as decisões necessárias", ressaltou, e completou dizendo que "a reconstrução requer estabilidade e vontade política".
No que diz respeito à epidemia de cólera no país, os eurodeputados afirmaram que o episódio demonstrou a "incapacidade" do Estado perante "uma doença fácil de prevenir e de curar", mas também as limitações do sistema de ajuda internacional em uma região onde houve um "desdobramento humanitário em massa de até 12 mil ONG".
Nesse sentido, opinaram que as ONGs "não devem e nem podem continuar compensando as debilidades do Estado haitiano nem ocupando seu lugar" e assinalaram que é "urgente" planejar o desenvolvimento a longo prazo no atendimento de saúde, água potável e saneamento.
Assim, a Eurocâmara insistiu que o Governo do Haiti mantenha os compromissos assumidos dentro do Plano de Reconstrução Nacional, a fim de "aumentar a eficácia dos Governos locais e incorporar o conceito de descentralização política, econômica e institucional".
Por último, o Parlamento reconheceu os esforços e o trabalho realizado por organizações humanitárias, e pelos países europeus, mas insistiu na necessidade de "comunicar sobre os efeitos não visíveis" das intervenções humanitárias.
Graças a esses organismos, "a situação pode ser mantida sob controle", ressaltou além de reforçar a importância do atendimento a feridos, o fornecimento de água potável e alimentos e os alojamentos provisórios. EFE