Mercado teme efeito de delações na governabilidade em momento crucial de aprovação de medidas no Congresso (Reuters/Ueslei Marcelino)
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Apito inicial
O alívio nos mercados quanto à chance de saída do Reino Unido da União Europeia ocorre simultaneamente ao retorno do temor de que incertezas políticas podem prejudicar a agenda de medidas econômicas para recolocar o Brasil em trajetória de crescimento.
Segundo agências internacionais, analistas julgam que o assassinato da parlamentar britânica Jo Cox, do partido de oposição Trabalhista e defensora da permanência britânica no bloco europeu, tende a influenciar o público em direção à campanha do “Remain" na União Europeia.
Também há rumores de que o plebiscito, previsto para 23 de junho, pode ser adiado. As atividades foram suspensas em decorrência da morte de Jo Cox.
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A redução com o temor sobre a saída britânica reflete em fortes altas de ações de bancos nas bolsas europeias e retomada das cotações do petróleo após forte tombo recente. Tal vento favorável no exterior deve influenciar o principal índice de ações da Bolsa de Valores de São Paulo.
O noticiário político segue no radar. O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, pediu demissão na quinta-feira (16) depois de ter sido citado na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado como tendo recebido R$ 1,55 milhão em recursos ilícitos.
Trata-se do terceiro membro do primeiro escalão do governo Temer a cair em pouco mais de um mês por denúncias relacionadas à operação Lava Jato.
O receio de novas delações segue como um risco para a governabilidade da gestão Temer. O governo teme delações da Odebrecht e OAS, segundo O Estado de S. Paulo.
O poder e a economia
"Sou Dilma" - De acordo com a Folha de S.Paulo, em uma festa junina realizada ontem e promovida pela senadora Kátia Abreu, o presidente do Senado, Renan Calheiros, teria defendido a presidente afastada Dilma Rousseff. Segundo um interlocutor, Renan afirmou: “Eu sou Dilma. Não sei por quê, mas gosto daquela mulher.”
TV Brasil - Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o presidente em exercício Michel Temer pretende diminuir a atuação e os custos da EBC (Empresa Brasil de Comunicação). Ele deve enviar ao Congresso um projeto de lei que prevê o fechamento da TV Brasil e a manutenção de outras frentes, como a agência de notícias. Os recursos enviados a empresa estatal em 2016 podem chegar a R$ 535 milhões.
Divisão - De acordo com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, o governo enviará ao Congresso uma revisão dos parâmetros e metas da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2017. Um valor ainda não foi definido, mas ele adiantou que a revisão não contará com a receita de R$ 33 bilhões previstas com a CPMF. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.
Lava Jato - Durante evento com empresários em São Paulo, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que os agentes envolvidos na operação Lava Jato devem indicar o momento em que ela chegará ao seu desfecho. Ele também disse que o presidente Michel Temer é alvo de uma “citação gratuita”. A reportagem é do jornal O Estado de S. Paulo.
Teto de 7 anos - O líder do DEM, Pauderney Avelino, afirmou ao jornal Valor Econômico que a proposta do limite para os gastos públicos poderá ser aprovada com rapidez no Congresso, caso haja “pequenos ajustes”. Para ele, o prazo inicial de nove anos para o teto é “demasiadamente longo” e poderia ser reduzido para sete anos.
Aécio - Segundo o jornal O Globo, uma parte do PSDB, principalmente o de São Paulo, começa a questionar o senador Aécio Neves, que foi citado mais uma vez na Lava jato, agora na delação de Sérgio Machado. Aliados do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, avaliam que Aécio deveria recuar e recuperar sua base eleitoral em Minas Gerias, para disputar o governo do estado mineiro em 2018.
Pronunciamento - O pronunciamento do presidente interino Michel Temer previsto para esta noite foi cancelado. O motivo para a desistência seria a delação de Sérgio Machado. Um dos ministros chegou a dizer para Temer que, caso ele realizasse o pronunciamento, seria alvo de protestos pelo Brasil e não conseguiria passar a mensagem de como Dilma Rousseff deixou o governo. A informação é do jornal O Globo.
O que acontece no mundo corporativo
Citi no Brasil - Itaú (SA:ITUB4), Santander (SA:SANB11) e Safra realizaram propostas não-vinculantes pela operação de varejo do Citibank. Também teria sido citado o banco estrangeiro Scotiabank. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo. O Citi tinha dado como prazo para propostas até a semana passada.
Sou da paz 1 - A Kroton Educacional (SA:KROT3) está disposta a melhorar a oferta de compra da Estácio Participações (SA:ESTC3) e voltará a se reunir com o conselho de administração da concorrente ainda esta semana, em que vai tratar objetivamente do assunto, segundo a Reuters.
Sou da paz 2 - O segundo maior acionista e conselheiro da Estácio Participações Chaim Zaher assumirá a presidência-executiva da empresa de ensino superior, no lugar de Rogério Frota Melzi.
Sou de guerra - A CSN (SA:CSNA3) não medirá esforços para assegurar que os conselheiros indicados por ela para o conselho de administração da Usiminas (SA:USIM5) participem das discussões do colegiado da rival.
Aperto de mãos - A Oi (SA:OIBR4) informou que suas subsidiárias PT Participações e Africatel KG e sua controlada Africatel BV celebraram contratos com a Samba, afiliada da Helios Investors, para extinguir procedimento arbitral iniciado contra a Africatel KG em novembro de 2014.
Carteira cheia - A JSL Logística iniciou 2016 com R$ 2,2 bilhões em novos contratos. Assinados ao longo de 2015, os documentos passam a valer neste ano, com prazo médio de 48 meses. Segundo o diretor financeiro da empresa, Denys Ferrez, a cifra é praticamente a mesma da obtida no ano passado.
Futuro - O Bradesco (SA:BBDC4) anunciou parceria com a bandeira de cartões Visa para tecnologia de pagamento eletrônico em que produtos e serviços podem ser comprados via pulseira, em vez de com cartão ou celular.
Para comentar mais tarde
É hora de comprar ouro. Enquanto o povo do Reino Unido debate (e briga) sobre a ideia de deixar a União Europeia, os investidores pensam sobre qual seria o futuro do euro e da libra. E, quando a incerteza bate na porta de moedas fortes como essas, o mercado corre para o ouro. Leia mais no Financista Insider.