Tarifas e boom da IA podem testar resiliência do crescimento global, diz OCDE

Publicado 02.12.2025, 07:21
Atualizado 02.12.2025, 07:28
© Reuters.

Por Leigh Thomas

PARIS, 2 Dez (Reuters) - O crescimento global está se mantendo melhor do que o esperado, uma vez que um boom de investimentos em inteligência artificial ajuda a compensar parte do choque dos aumentos de tarifas dos Estados Unidos, disse a OCDE nesta terça-feira, aumentando suas projeções para algumas das principais economias.

A organização sediada em Paris alertou, no entanto, que o crescimento global está vulnerável a qualquer novo surto de tensões comerciais, enquanto o otimismo dos investidores sobre a IA pode desencadear uma correção no mercado de ações se as expectativas não forem atendidas.

Em sua Perspectiva Econômica, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico previu que o crescimento global desacelerará modestamente de 3,2% em 2025 para 2,9% em 2026, deixando suas previsões inalteradas em relação às últimas estimativas de setembro. A organização previu uma recuperação para 3,1% em 2027.

RISCOS PERMANECEM

A economia dos EUA deve crescer 2% em 2025, em projeção revisada de 1,8% em setembro, antes de desacelerar para 1,7% em 2026 - acima dos 1,5% previstos em setembro.

O investimento em inteligência artificial, o apoio fiscal e os cortes esperados nos juros pelo Federal Reserve estão ajudando a compensar o impacto das tarifas sobre produtos importados, a redução da imigração e os cortes de funcionários federais, disse a OCDE.

A estimativa para o crescimento da China é de que se mantenha estável em 5% em 2025, ante 4,9% em setembro, antes de desacelerar para 4,4% em 2026 - sem alterações em relação a setembro - à medida que o apoio fiscal diminui e as novas tarifas dos EUA sobre produtos importados da China começam a fazer efeito.

A previsão de crescimento da zona do euro para 2025 foi revisada para cima, de 1,2% para 1,3%, apoiada por mercados de trabalho resilientes e aumento dos gastos públicos na Alemanha. O crescimento deve moderar para 1,2% em 2026 - de 1% antes - já que o aperto orçamentário na França e na Itália pesa sobre as perspectivas.

Para o Brasil, a OCDE prevê expansão de 2,4% em 2025 e de 1,7% em 2026, de 2,3% e 1,7% antes. Para 2027 o país deve crescer 2,2%.

PERSPECTIVAS DE COMÉRCIO E INFLAÇÃO

O crescimento do comércio global deve ser moderado, passando de 4,2% em 2025 para 2,3% em 2026, à medida que os efeitos totais das tarifas pesam sobre o investimento e o consumo. A elevada incerteza da política comercial limita as perspectivas de recuperação.

A OCDE prevê que a inflação retornará gradualmente às metas dos bancos centrais até meados de 2027 na maioria das principais economias. Nos EUA, espera-se que a inflação atinja seu pico em meados de 2026, devido ao repasse das tarifas, antes de diminuir. Na China e em alguns mercados emergentes, a inflação deve aumentar modestamente com a redução do excesso de capacidade de produção.

A perspectiva é de que os principais bancos centrais mantenham ou reduzam os custos de empréstimos no próximo ano, à medida que as pressões inflacionárias diminuem. A organização prevê que o Federal Reserve reduzirá ligeiramente os juros até o final de 2026, salvo surpresas inflacionárias decorrentes de tarifas.

(Reportagem de Leigh Thomas)

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