A maior queda da história acaba de começar, segundo Kiyosaki: Como reagir?
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO, 1 Dez (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a segunda-feira com altas leves entre os contratos mais curtos, em um dia de avanço firme dos rendimentos dos Treasuries no exterior e de novos comentários do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, sobre a taxa básica Selic.
A taxa do DI para janeiro de 2028 estava em 12,84% no fim da tarde, em alta de 4 pontos-base ante o ajuste de 12,803% da sessão anterior. Na ponta longa da curva a termo, os movimentos foram mais contidos, com a taxa para janeiro de 2035 marcando 13,170%, ante 13,179%.
Desde o início do dia os preços dos títulos norte-americanos cederam -- o que impulsionou seus rendimentos, que variam de forma inversa -- em função da perda de valor dos títulos japoneses, após o presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, sinalizar que as condições estavam se alinhando para um possível aumento dos juros no país asiático.
O avanço dos rendimentos dos Treasuries favoreceu a alta das taxas dos DIs, conforme um operador ouvido pela Reuters, em uma sessão marcada ainda por novos comentários de Galípolo sobre a política monetária.
Apesar de afirmar, na abertura de um evento da XP Investimentos em São Paulo, que seu discurso não traria novidades, Galípolo fez novas ponderações a respeito da mensagem de política monetária do BC.
Ele afirmou que já faz "algum tempo" que a autarquia mantém o termo “bastante” em suas comunicações ao defender uma Selic restritiva por período “bastante prolongado”, enfatizando que essa contagem de prazo não zera a cada reunião de política monetária.
“Você está falando assim: o ‘bastante prolongado’, já faz algum tempo que o ‘bastante’ está ali, então você está considerando que faz algum tempo, é isso mesmo", disse ele ao responder a uma pergunta sobre a comunicação do BC. "O ‘bastante’, não é que ele zera a cada nova reunião que a gente escreve, ele não zera a cada reunião."
Neste cenário, a taxa do DI para janeiro de 2028 marcou a máxima de 12,865% (+6 pontos-base) às 13h34 -- já depois dos comentários de Galípolo e em um momento de aceleração dos rendimentos dos Treasuries no exterior.
Perto do fechamento da sessão regular desta segunda-feira, a curva brasileira seguia precificando quase 100% de probabilidade de manutenção da taxa básica Selic em 15% na reunião do BC na próxima semana.
Pela manhã, o Banco Central informou no boletim Focus que economistas do mercado reduziram a projeção de inflação em 2025 de 4,45% para 4,43% e em 2026 de 4,18% para 4,17%. Ambas as projeções estão acima do centro da meta do BC, de 3%, mas dentro do intervalo de tolerância (inflação até 4,5%).
Já a taxa básica Selic para o fim deste ano seguiu em 15% e no fim de 2026 em 12%. Atualmente a Selic está em 15%.
No exterior, às 16h35, o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- subia 8 pontos-base, a 4,094%.
