VIENA (Reuters) - O chefe do governo da Áustria criticou, neste sábado, seus colegas dos países da União Europeia, que estão pedindo sanções mais drásticas contra Moscou, fazendo um aviso contra forçar um colapso da economia russa.
Um dia depois de uma reunião de membros da União Europeia, no qual o chefe polonês do Conselho Europeu, Donald Tusk, apelou pela continuidade de ações fortes contra a Rússia, por causa da atuação do país no caso da Ucrânia, o chanceler austríaco Werner Faymann lançou uma nota de advertência.
"Eu não posso aprovar a euforia de muitos da União Europeia a respeito do sucesso das sanções contra a Rússia. Não vejo nenhum motivo para comemorar. Não sei por que deveríamos estar satisfeitos se a economia da Rússia entrar em colapso", disse Faymann ao jornal Oesterreich.
"Nós estaríamos serrando o galho onde estamos sentados se erguemos um novo muro contra a economia da Rússia", afirmou o social democrata, que lidera a coalisão do governo da Áustria, em suas considerações, divulgadas antes da publicação do domingo.
Seu porta-voz confirmou seus comentários.
Faymann justificou as primeiras sanções como "um passo de autodefesa", mas acrescentou: "Nosso objetivo não pode ser apertar as sanções".
As sanções da União Europeia causaram queda no preço global do petróleo, dando um duplo golpe na economia russa. Mas diferenças entre membros da UE está dificultando a manutenção de uma frente unida.
Faymann disse que havia feito um chamado para negociações de paz com a Ucrânia quando ele falou recentemente com o presidente russo, Vladimir Putin.
"Nós temos de tomar a frente usando o nosso papel neutro no próximo ano e pressionar pelas negociações de paz", disse ele ao Oesterreich.
(Reportagem de Michael Shields)