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Órgão regulador da Bolsa da Itália fecha cerco contra "venda a descoberto"

Publicado 10.07.2011, 17:44
Atualizado 10.07.2011, 20:50

Roma, 10 jul (EFE).- A Comissão Nacional da Bolsa de Valores da Itália (Consob, na sigla em italiano) decidiu neste domingo instaurar um mecanismo de rigoroso controle sobre a chamada "venda a descoberto" para tentar evitar que na reabertura da Bolsa de Milão nesta segunda-feira possa se repetir a crítica sessão da última sexta-feira.

Em comunicado divulgado ao término de uma reunião extraordinária, a Consob informou que esta medida, que segue a linha adotada por alguns países europeus como a Alemanha, será efetivada já nesta segunda-feira e se prolongará em princípio até o próximo dia 9 de setembro.

"A partir de amanhã os investidores que tenham posições de baixa relevantes sobre títulos de ações negociados nos mercados regulamentados italianos deverão comunicar isso à Consob", indicou o regulador do mercado italiano.

A chamada venda a descoberto, prática considerada altamente especulativa, consiste em negociar a prazo valores dos quais não se dispõe com a esperança de poder comprá-los na sequência por um preço inferior e saldar a venda com lucro.

Em alguns países europeus, a venda a descoberto é permitida, mas, no caso de volumes de operações significativos, é necessário informar as operações previamente às autoridades reguladoras, uma linha à qual a Itália decidiu aderir neste domingo.

Com esta medida, a Consob pretende também reforçar seus poderes de vigilância "na atual fase de mercado, caracterizada por um elevado nível de volatilidade no andamento das cotações".

A Consob, que em 2008, após a quebra do Lehman Brothers, limitou a venda a descoberto, teme, sobretudo, a possibilidade de que os títulos bancários e de seguradoras italianas voltem a sofrer quedas como as da sexta-feira.

Na última sessão desta semana, os temores dos investidores diante de possíveis resultados negativos dos bancos italianos nos novos testes de solvência europeus e a incerteza gerada pela polêmica que rodeia o ministro da Economia da Itália, Giulio Tremonti, provocaram uma forte queda da Bolsa de Milão, que teve o índice seletivo FTSE MIB reduzido em 3,47%.

A Itália se encontra no ponto de mira das agências de qualificação Standard & Poor's e Moody's, que advertiram ao governo de Silvio Berlusconi para um possível rebaixamento em sua nota de crédito diante da fraqueza do crescimento da economia do país e do alto nível de endividamento público, acima de 120% do Produto Interno Bruto (PIB). EFE

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