SÃO PAULO (Reuters) - O marqueteiro João Santana, que teve mandado de prisão decretado nesta segunda-feira, afirmou estar sendo perseguido e ser alvo de acusações infundadas em carta divulgada para anunciar seu desligamento da campanha de Daniel Medina à Presidência da República Dominicana.
Na carta escrita em espanhol, Santana, que foi o marqueteiro das campanhas vitoriosas da presidente Dilma Rousseff em 2010 e 2014 e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006, diz ainda que está se desligando da campanha de Medina para voltar ao Brasil e se defender.
"Conhecendo o clima de perseguição que se vive hoje em dia em meu país, não posso dizer que me tomou completamente de surpresa, mas ainda assim é difícil acreditar", escreveu o marqueteiro na carta.
Santana teve a prisão decretada pela Justiça por suspeitas de ter recebido pagamentos ilegais milionários no exterior provenientes do esquema de corrupção na Petrobras (SA:PETR4) investigado pela operação Lava Jato.
O pagamento seria por serviços prestados para campanhas eleitorais do PT no Brasil, mas feito no exterior devido à origem ilícita dos recursos, de acordo com os investigadores.
CAMPANHA DE DILMA
Em nota, o coordenador jurídico da campanha de Dilma em 2014, Flávio Caetano, afirma repudiar "com veemência" as tentativas de vincular as investigações e o mandado de prisão contra Santana à campanha eleitoral de Dilma.
"Reafirmamos que na campanha da Presidente Dilma Rousseff todas as despesas foram devida e regularmente contabilizadas", afirmou Caetano na nota, acrescentando que "o pagamento feito ao publicitário se deu de forma legal e absolutamente transparente".
A disputa à Presidência em 2014 é alvo de ações movidas pelo PSDB junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pedem a cassação do mandato de Dilma e de seu vice, Michel Temer.
(Por Eduardo Simões)