Por Marcelo Teixeira e Maytaal Angel
NOVA YORK/LONDRES (Reuters) - Os contratos futuros do açúcar bruto e do café arábica fecharam em queda nesta terça-feira, em meio a vendas generalizadas em commodities que causaram queda brusca no petróleo e nos grãos.
O enfraquecimento na moeda brasileira, com o real negociado na sua mínima ante o dólar desde o início de junho, também foi visto como um fator baixista.
AÇÚCAR
* Açúcar bruto para outubro fechou em queda de 0,28 centavo de dólar, ou 1,5%, em 17,87 centavos de dólar por libra-peso.
* Os operadores citaram uma venda generalizada nas commodities, com os investidores reagindo às expectativas que o Federal Reserve pode começar a cortar sua compra de títulos de emergência da pandemia.
* "Tudo está no modo venda hoje", disse um analista de futuros dos EUA, afirmando que grãos e petróleo abriram caminho para vendas, mas especuladores também aproveitaram a oportunidade de reduzir as suas, ainda grandes, posições compradas no açúcar.
* Archer Consulting afirmou que as geadas da semana passada no Brasil não devem causar danos significativos para os campos de cana-de-açúcar. As usinas ainda estão avaliando a extensão do problema.
* A produção de açúcar na União Europeia deve avançar na temporada de 2021/22, resultando em um aumento nos estoques de adoçante.
* Açúcar bruto para agosto fechou em queda de 7,40 dólares, ou 1,6%, em 444,00 dólares a tonelada.
CAFÉ
* Café arábica para setembro fechou em queda de 4,95 centavos de dólar, ou 3,2%, em 1,481 dólar por libra-peso, após atingir a mínima em seis semanas de 1,4765 dólar por libra-peso.
* Operadores citaram venda generalizada nas commodities e a desvalorização da moeda brasileira como um fator por trás da queda.
* A percepção que a maior parte do café brasileiro escapou de danos mais sérios das geadas da semana passada também pesou, apesar dos relatórios de perdas localizadas.
* Commerzbank aumentou a previsão para o preço do café arábica para o quarto trimestre, para 1,45 dólar por libra-peso, diante do fato de que a seca prolongada no Brasil nesta temporada poderia prejudicar a safra da próxima temporada.
* A Organização Internacional do Café (OIC) aumentou sua previsão de superávit global de café para 2020/21 em seu relatório mensal de junho.
* Café robusta para setembro recuou 8 dólares, ou 0,5%, em 1.679 dólares a tonelada.
(Por Marcelo Teixeira e Maytaal Angel)