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ANÁLISE-Crescimento do Brasil está à mercê de intenso debate sobre "austeridade expansionista"

Publicado 21.01.2020, 12:48
Atualizado 21.01.2020, 12:53
ANÁLISE-Crescimento do Brasil está à mercê de intenso debate sobre "austeridade expansionista"

Por Jamie McGeever

BRASÍLIA (Reuters) - O governo do Brasil entrou em 2020 dobrando as apostas em uma das principais políticas econômicas que marcaram seu primeiro ano no cargo: a visão controversa de que cortar gastos agressivamente estimulará e acelerará o crescimento econômico.

Em um documento intitulado "Consolidação fiscal expansionista no Brasil", publicado em 31 de dezembro, o governo argumentou que a limpeza das finanças públicas alimentará a confiança e a demanda do setor privado e, finalmente, um 'boom' na atividade econômica.

Segundo o texto, que reflete o pensamento do ministro da Economia, Paulo Guedes, a consolidação fiscal em andamento terá um impacto positivo quase instantâneo.

"Essa consideração está baseada na percepção de que a política fiscal apresenta efeitos não-Keynesianos no atual contexto da economia brasileira, em contraste com a visão alternativa, a nosso ver equivocada, que propõe aumentar gastos como forma de estimular a atividade econômica", disse o documento.

Os gastos do governo caíram no segundo e terceiro trimestres de 2019, a primeira vez em mais de dois anos que recuaram por dois trimestres seguidos. E é quase certo que tenham tido queda também no quarto.

Em base anual, o consumo do governo está caindo 1,4%, a caminho de se contrair à sua taxa mais rápida em quase 20 anos.

Depois do comércio, é o único segmento da economia que fornece uma contribuição negativa para o crescimento. Agricultura, indústria, investimento empresarial, serviços e gastos do consumidor estão em expansão, embora em um ritmo longe de ser empolgante.

"IDEOLOGIA E MÁ ECONOMIA"

Mas a noção de que esse empecilho ao crescimento, por si só, de alguma forma aumenta os investimentos e os gastos do setor privado tem sido amplamente criticada --muitos diriam desmascarada-- desde a crise financeira de 2007-09.

Robert Skidelsky, professor emérito de economia política da Universidade Warwick, no Reino Unido, ridicularizou a noção de "fada da confiança" como não mais crível que a fada dos dentes, argumentando que "a recuperação (econômica) pode ocorrer apesar da austeridade fiscal, mas nunca por causa dela".

Nem todo mundo pensa que é fingimento. Carlos Kawall, diretor do Asa Bank em São Paulo, argumenta que o atual crescimento anualizado de 2% a 2,5% da economia se deve em grande parte à disciplina fiscal que permitiu ao Banco Central reduzir a Selic para uma mínima recorde de 4,5% ao ano.

"Se o governo gastar mais, a taxas de juros voltará a subir e você não obterá os benefícios econômicos que estamos vendo atualmente em termos de crédito e gastos do consumidor, investimento empresarial e, agora, crescimento", disse Kawall.

"Essa política está funcionando. É mais difícil crescer dessa maneira, mas é mais sustentável."

Nominalmente, a conta de despesa pública de 54,22 bilhões de reais do governo no terceiro trimestre de 2019 foi a mais baixa em quase sete anos.

Como parte do PIB, os gastos do governo brasileiro também estão caindo, embora mais lentamente. Eles permanecem altos --em torno de 18% a 19% do PIB, estão acima da média da América Latina e do Caribe, de acordo com o Banco Mundial, e em 2018 foram superiores a seus pares de mercados emergentes China, Rússia, Índia e Coreia do Sul.

Quase metade dos gastos do governo em 2018 foi para a Previdência, uma das fatias mais altas do mundo e o motivo para a ampla reforma previdenciária que ajudou a impulsionar a recuperação de cerca de 32% do Ibovespa no ano passado, mais que o dobro da alta do índice MSCI para mercados emergentes.

Os mercados responderam fortemente. Mas a economia não tem feito o mesmo e, provavelmente não vai, de acordo com Monica De Bolle, pesquisadora sênior do Instituto Peterson de Economia Internacional, em Washington.

Embora o Brasil precise recuperar as finanças públicas de maneira mais equilibrada, De Bolle diz que não há evidências empíricas ou históricas de que a "austeridade expansionista" proporcione crescimento econômico.

O Brasil deveria visar as ineficiências do setor público para gerar economia e financiamento de programas sociais para proteger os mais vulneráveis dos efeitos da austeridade em vez de reduzir o tamanho do Estado em si.

Mais do que isso, um aperto tão agressivo é desnecessário. Ao contrário da Argentina ou do Brasil no final dos anos 1990, o país hoje não enfrenta uma crise no balanço de pagamentos.

O Brasil possui 360 bilhões de dólares em reservas em moeda estrangeira, o investimento direto estrangeiro mais do que cobre o déficit em conta corrente e as empresas locais estão emprestando mais em reais, reduzindo a exposição do setor privado à dívida em moeda estrangeira.

"Essa idéia de austeridade expansionista deveria ter morrido com as experiências dos mercados emergentes nos anos 1990. Falhou miseravelmente, especialmente na Ásia. É uma mistura de ideologia e má economia", disse De Bolle.

Últimos comentários

Que matéria estúpida... Depois de Keynes virá o Guedes. Reuters vive do passado igual ao PT que achava que sem muito dinheiro era impossível vencer uma eleição. Novos tempos são bem vindos!
cara a gente tem q ter senso critico ... não estamos na situação da argentina, pq houve um impeachment pq a Selic já estava em 12,5% ... os gastos só aumentando salários públicos aumentando e PIB diminuindo ... insustentável ... precisamos de gestores, otimizar os gastos públicos ... não adianta pagar imposto igual a Europa e ter que pagar um plano de saúde particular e ter que educar um filho na educação privada ... e ridículo esse blá blá blá da esquerda que muito critica e nada propõe ... tem q ter projeto infra estrutura ... tem que incentivar pessoas que sonham em abrir seu próprio negócio .. pois até onde sei são elas que criam empregos ...
bobobobobolsominion....
Defensor de corrupto genocida.
excelente.
É fácil argumentar que corte de gastos não contribui para o crescimento. o problema é ficar nessa armadilha de curto prazo. Uma economia muito endividada, com juros elevados e política inflacionária é que nem um carro que aquece o motor. Se você continuar pisando , o carro continua andando, mas uma hora bate motor. Assim como cortar gastos não é a solução direta para se gerar crescimento, tampouco é a indisciplina fiscal. ajustar as contas do governo não é condição necessário para um crescimento equilibrado, mas não necessariamente é a única condição suficiente.
bobobobobolsominion....
Que b@st@!!! . Faz o teste na sua casa e comece a gastar mais do que ganha, e veja onde vai para o teu crescimento e riqueza.
Falou o EX-pecialista “caseiro” ; )
Isso causará recessão, mas necessário... Nos últimos anos os incentivos fiscais e gastos do governo maquiaram o PIB... Deixa o setor privado movimentar a economia, por mais que haja recessão, será um mal necessário.
Setor privado é sempre o primeiro a pular fora pedindo RECUPERAÇÃO JUDICIAL quando vê a coisa ficando feia na economia ; )
Austeridade sempre foi INCOMPATÍVEL com crescimento. Caberá, ao Brasil, se contentar com o VÔO da galinha... que dá sinais de aterrisagem ; )
não esqueça que CORTAR JUROS elevará justamente os RISCOS de uma ALTA na inflação e, por consequência, no ENDIVIDAMENTO ; )
  Acho que a galera do BC já sabe dessa relação viu. . O que permitiu a queda gradativa dos juros foi o fim das políticas expansionistas. . Além disso, os juros baixos tbm diminuem as dívidas do governo.
Caiu os juros porque não há consumo. Queria ver queda de juros com alta do consumo.
Bom texto e reflexão, põe em xeque a equipe econômica, se passar mais um ano e estarmos do mesmo jeito, estará confirmada, e os resultados serão inesperados.
Estranho na crise criada pelo setor privado em 2008, estatizaram vários bancos e empresas na Europa. E nos EUA também, estatizaram Fannie mae e freddie Mac às maiores empresas do mundo de crédito hipotecário e também outras empresas. Aliás, nos Estados Unidos, existe mais de 7 mil estatais. Setores como prisional, seguro, habitação, infraestrutura, energia,... Isso é muito pouco ou quase nada divulgado.
Hahahahahahaa textinho barato. De Bolle só está amargurada com o governo e equipe econômica
Hahahahahahaa textinho barato. De Bolle só está amargurada com o governo e equipe econômica
Aham...Keynes detected.
Aham...Keynes detected.
Esqueceu de dizer que 50% do PIB vai para pagar uma dívida aos banqueiros que nunca foi auditada.
Prolixo.
fala, fala, fala, e... nao diz nada
quando vem escrito ANALISE no título, é isso ai...
Texto fraco.
Ideologia é acreditar que o governo resolve alguma coisa de forma eficiente e econômica. Governo nenhum gera riqueza, ele rouba a riqueza de um e distribui para outros. Quanto menor o estado, maior a riqueza da população... isso é uma questão lógica, pois o estado se financia dos impostos.. Infraestrutura e outros investimentos que dão suporte ao crescimento econômicos não devem ser de responsabilidade do governo, eles podem muito bem serem resolvidos pela iniciativa privada de forma muito mais eficiente. AUSTERIDADE JÁ!
Estranho na crise criada pelo setor privado em 2008, estatizaram vários bancos e empresas na Europa. E nos EUA também, estatizaram Fannie mae e freddie Mac às maiores empresas do mundo de crédito hipotecário e também outras empresas. Aliás, nos Estados Unidos, existe mais de 7 mil estatais. Setores como prisional, seguro, habitação, infraestrutura, energia,... Isso é muito pouco ou quase nada divulgado.
Austeridade? que falta de empatia!
Modos operandi do Mr Obama e os camaradinhas da New Left.
muito interessante o texto. da uma boa discussão.
Consumidores do conteúdo XP Inc que nunca se aprofundaram em macroeconomia dirão que o texto é petralha kkk
muito interessante o texto. da uma boa discussão.
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