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Real volta a liderar perdas no mundo com ruídos sobre contas públicas

Publicado 11.02.2021, 17:06
Atualizado 11.02.2021, 17:45
© Reuters. REUTERS/Lee Jae-Won
USD/BRL
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Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar teve altos e baixos nesta quinta-feira, mas ganhou tração ao longo do dia e terminou em alta, com o real mais uma vez na lanterna nos mercados de câmbio. Dados fracos endossaram receios quanto ao risco de criação de novas despesas e de impacto sobre a já fragilizada situação fiscal do Brasil, o que estimulou fluxos para a segurança da moeda norte-americana.

O dólar à vista, cujas operações encerram às 17h, subiu 0,31%, a 5,3881 reais na venda. Na jornada, oscilou entre 5,4127 reais (+0,76%) e 5,3343 reais (-0,70%).

Na B3 (SA:B3SA3), em que as negociações de futuros de dólar comercial terminam às 18h30, o contrato de primeiro vencimento tinha ligeira queda de 0,06%, a 5,3880 reais, às 17h22.

O real negociado no mercado spot novamente ficou atrás de seus principais pares. O dólar caía 0,3% ante o peso mexicano, 0,8% contra o rand sul-africano e 0,4% na comparação com a lira turca, por exemplo.

O mercado de câmbio tem refletido nos últimos dias expectativa cada vez maior de que o governo retornará com o auxílio emergencial, o que tem pressionado os preços do dólar.

E nesta semana os ruídos aumentaram depois que o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que não se poderia vincular um novo auxílio emergencial a PECs que poderiam compensar aumento de gastos.

Na quarta, dados decepcionantes do varejo em dezembro fortaleceram expectativas de volta do coronavoucher. E nesta quinta o IBGE informou que o setor de serviços fechou 2020 com queda recorde de 7,8% em 2020, com os números de dezembro vindo piores que o esperado.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou mais cedo que a situação exige uma solução "imediata" para o auxílio emergencial e chegou a mencionar a possibilidade de criação no futuro de um programa de distribuição de renda permanente. O presidente Jair Bolsonaro disse que o governo estuda renovar o auxílio emergencial por três ou quatro meses a partir de março.

Em evento online também nesta quinta, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que dados recentes parecem indicar que a retirada do auxílio emergencial está tendo um efeito maior sobre a desaceleração da atividade do que o esperado, mas frisou que a autoridade monetária ainda precisa de mais tempo para analisar o cenário.

Para Fabio Ramos, economista do UBS BB (SA:BBAS3), o novo programa será temporário, mas possivelmente o triplo do tamanho do "Bolsa Família".

"Novas transferências desvinculadas de restrições fiscais podem impulsionar a demanda doméstica... no primeiro trimestre, mas também podem levar a prêmios de risco mais elevados, piora das condições financeiras e, por fim, menor crescimento no primeiro trimestre de 2021 e depois", acrescentou.

O câmbio também sentiu a pressão dos dados fracos desde a véspera à medida que eles aumentaram dúvidas sobre a disposição do BC em subir os juros. Uma taxa Selic mais alta aumentaria os retornos atrelados ao real e, assim, dificultaria operações financiadas na moeda brasileira.

© Reuters. REUTERS/Lee Jae-Won

Campos Neto afirmou nesta quinta que parte do mercado se equivocou ao interpretar que alguns diretores do BC já teriam defendido alta da Selic para janeiro, e não março.

Uma elevação do diferencial de juros a favor do Brasil --que ocorreria, no quadro atual, via subida da Selic-- é uma das premissas para a expectativa do BTG Pactual (SA:BPAC11) de que o dólar fechará 2021 em 4,90 reais.

"Entendemos que existem riscos tanto baixistas quanto altistas para o câmbio, mas o cenário de maior convergência de interesses entre o Legislativo e o Executivo e a perspectiva de um pacote fiscal americano menor que o anunciado no primeiro momento nos levam a crer que a moeda brasileira seguirá uma tendência de valorização ante o dólar até o final do ano", disseram em relatório Álvaro Frasson, Leonardo Paiva e Luiza Paparounis, da área de pesquisa macro do banco.

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