Por Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - Depois de um início de governo turbulento, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai ao Congresso nesta terça-feira à noite para fazer um discurso que será acompanhado de perto, com atenção para os detalhes dos seus planos para a economia e para ver se ele pode adotar um tom mais conciliatório.
Os mercados financeiros estarão observando às 21h (23h no horário de Brasília) o discurso na Câmara dos Deputados, atentos a detalhes sobre como o presidente republicano vai buscar cumprir as suas promessas de lidar com reforma fiscal, aumentar os gastos com infraestrutura e simplificar regulamentações que, segundo ele, estão prejudicando os negócios.
Representantes da Casa Branca dizem que o discurso terá alguns gestos para unificar um país polarizado por uma eleição dura e dividido nos primeiros dias do governo.
Uma média de pesquisas recentes feita pelo Real Clear Politics coloca o índice de aprovação de Trump em cerca de 44 por cento, baixo para um novo presidente.
Trump, cujo discurso de posse em 20 de janeiro descreveu um quadro sombrio dos Estados Unidos e se referiu a um “massacre americano”, disse à Reuters na semana passada que o seu discurso seria de otimismo.
Numa rara demonstração de autocrítica, Trump disse ao programa de TV "Fox & Friends", em entrevista transmitida nesta terça, que talvez tivesse sido culpa dele o fato de os objetivos do governo em imigração não terem sido possivelmente comunicados de forma efetiva.
Ele estava se referindo à implementação problemática do seu decreto de 27 de janeiro para temporariamente proibir a entrada de pessoas de sete países de maioria muçulmana nos EUA.
No geral, Trump disse que havia se saído bem na Presidência até agora. “Eu acho que eu consigo um A em termos do que eu fiz de fato, mas, em termos de transmitir a mensagem, eu me daria um C ou um C+.”
Perguntado sobre como ele mudaria a transmissão das mensagens, o empresário e ex-apresentador de reality show disse: “Talvez eu mude isso durante o discurso”.
Trump assinou vários decretos, retirou os EUA do acordo comercial do Pacífico e indicou o juiz conservador Neil Gorsuch para a Suprema Corte. Contudo, o seu primeiro mês foi caracterizado por enganos, dramas internos e disputas com os meios de comunicação, e ele ainda não teve uma conquista no Parlamento.
O partido do presidente controla tanto a Câmara quanto o Senado, o que lhe dá a chance de remodelar a economia. Ele enfrenta questionamentos indo para esse primeiro discurso para as duas Casas do Congresso.