WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos estão revisando as descobertas de documentos financeiros chamados de "Pandora Papers", mas não estão em uma posição de fazer comentários específicos, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, nesta segunda-feira.
Um número imenso de documentos vazados foi publicado por uma série de grandes organizações jornalísticas no domingo, supostamente ligando líderes mundiais a fundos secretos de recursos, entre eles o Rei Abdullah da Jordânia, o primeiro-ministro tcheco, Andrej Babis, e associados ao presidente da Rússia, Vladimir Putin.
"É claro que já vimos reportagens sobre os Pandora Papers, e não estamos em posição de comentar especificamente os achados, que estão sendo revisados", disse Price em um pronunciamento à imprensa.
Price disse que o governo norte-americano foca no fortalecimento da transparência financeira e investiga possíveis atividades ilícitas.
Ao abordar uma pergunta específica sobre a Jordânia, que recebe auxílio significativo dos Estados Unidos, Price disse que a assistência do governo norte-americano a Amã está "de acordo com os interesses diretos de segurança nacional dos Estados Unidos".
"Nós conduzimos cuidadosamente monitoramento e avaliações de todos os nossos programas para garantir que eles sejam implementados de acordo com o propósito e a intenção", disse.
De acordo com as organizações jornalísticas que revisaram os Pandora Papers, eles mostram que o Rei Abdullah, um aliado norte-americano próximo, utilizou contas em empresas offshore para gastar mais de 100 milhões de dólares em casas de luxo no Reino Unido e nos Estados Unidos.
(Reportagem de Daphne Psaledakis, David Brunnstrom e Michael Martina)