SÃO PAULO (Reuters) - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu nesta quarta-feira as declarações do presidente Jair Bolsonaro --que disse que cabia a Doria explicar o alto número de mortos pela Covid-19 no Estado e responsabilizou governadores e prefeitos pelos óbitos-- e cobrou respeito pelas vítimas da pandemia.
Doria também criticou Bolsonaro por ter respondido "quer que eu faça o quê?" quando indagado por jornalistas sobre o recorde diário de mortes por Covid-19 registrado na terça-feira e pelo fato de o Brasil ter superado o número de mortes da China.
"Eu posso enumerar, presidente Jair Bolsonaro, algumas atitudes que o senhor já deveria ter tomado como presidente da República e não adotou. Esta é a resposta do 'fazer o quê?' É fazer aquilo que o senhor não fez", disse Doria em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
"Começando por respeitar os brasileiros que o elegeram presidente da República e os que não o elegeram também. Respeitando pais, mães, avós, parentes e amigos que perderam sua vida no Brasil pelo coronavírus. O coronavírus que o senhor classificou de uma 'gripezinha'", disparou.
Doria, que tinha ao seu lado o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), também anunciou que, a partir de 4 de maio, será obrigatório o uso de máscaras nos transportes públicos de responsabilidade do Estado e da prefeitura, assim como em táxis e transportes por aplicativo.
(Por Eduardo Simões)