Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- O Banco do Japão manteve sua postura dovish, agindo de forma discrepante em relação à maioria dos principais bancos centrais. As previsões de crescimento chinês recebem vários rebaixamentos, mas a Microsoft atinge um recorde de capitalização de mercado devido ao otimismo em relação à IA. Nova regra fiscal brasileira tramita no Senado e pode ter que ser apreciada na Câmara novamente.
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1. O Banco do Japão permanece dovish
O Banco do Japão foi o último dos principais bancos centrais a se reunir nessa semana cheia de ação e anunciou na sexta-feira que manteve o taxas de juros em níveis ultrabaixos, além de manter inalterado seu programa de controle da curva de rendimentos.
Isso foi, em grande parte, como esperado, com o novo governador Kazuo Ueda apenas começando a trabalhar. No entanto, ele alertou que o BoJ terá que mudar essa postura, especialmente se o inflação subir ainda mais acima da meta anual de 2% do banco central.
Ainda assim, na situação atual, o banco central japonês continua sendo um caso atípico entre os principais bancos centrais globais, com o Federal Reserve, o Banco Central Europeu e o Banco da Inglaterra todos sinalizando mais aumentos no futuro.
Isso pesou muito sobre o iene, que estava sendo negociado perto das mínimas de sete meses em relação ao dólar, mas também impulsionou o índice de ações Nikkei 225 para níveis nunca vistos em três décadas.
2. A confiança em torno da recuperação da China diminui
A recuperação da vibrante economia da China após a suspensão das severas restrições impostas pela covid-19 deveria impulsionar a economia global este ano, à medida que os bancos centrais ocidentais enfrentassem a inflação.
No entanto, essa teoria está parecendo muito ultrapassada, pois uma série de dados mostra que a recuperação pós-covid estava vacilando na segunda maior economia do mundo.
Na sexta-feira, o Bank of America (NYSE:BAC) juntou-se a uma lista crescente de grandes bancos ocidentais que cortaram suas previsões de crescimento econômico da China para 2023, dizendo que agora espera que a economia cresça 5,7% este ano, em comparação com uma estimativa anterior de crescimento de 6,3%.
O JPMorgan (NYSE:JPM) havia anteriormente reduzido sua perspectiva de 5,9% para 5,5%, enquanto os economistas do UBS (SIX:UBSG) reduziram sua previsão de PIB de 5,7% para 5,2% e o Standard Chartered (LON:STAN) reduziu sua previsão de crescimento para 2023 de 5,8% para 5,4%.
O Banco Popular da China cortou algumas das principais taxas de juros nesta semana, mas parece quase certo que Pequim precisará fazer mais para estimular esse importante motor de crescimento regional.
3. Futuros um pouco mais altos; Microsoft é procurada por otimismo em relação à IA
Os futuros dos EUA foram negociados marginalmente em alta na sexta-feira, rumo ao fim de semana prolongado, com os investidores voltando sua atenção do Federal Reserve para a divulgação de dados que devem fornecer pistas sobre as perspectivas econômicas futuras.
Às 8h04 (de Brasília), o contrato Dow futuros recuava 0,1%, o S&P 500 futuros ganhava 0,04 0,13%, e o Nasdaq 100 futuros subiu 0,14%.
As principais médias de ações estão a caminho de registrar semanas de vitórias depois que o Fed interrompeu seu ciclo de aumento de taxas no início desta semana, após 10 aumentos consecutivos desde o ano passado.
O S&P 500, de base ampla, subiu quase 3% até o momento nesta semana, a caminho de registrar seu melhor desempenho semanal desde março. O índice Nasdaq Composite, de alta tecnologia, subiu quase 4%, enquanto o índice de blue-chips Dow Jones Industrial Average ganhou 1,6%.
O presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que as decisões futuras sobre as taxas seriam tomadas com base em cada reunião, colocando o foco nos próximos dados econômicos como guias para ações futuras.
A leitura do sentimento do consumidor do Universidade de Michigan é a próxima a ser divulgada e deve mostrar uma leitura de 60 em junho, acima dos 59,2 da leitura anterior.
Nas notícias corporativas, a Virgin Galactic (NYSE:SPCE) anunciou planos para seu primeiro voo comercial de turismo espacial no final deste mês, enquanto a empresa de software de computador Adobe (NASDAQ:ADBE) impressionou com seu balanço trimestral.
A Microsoft (NASDAQ:MSFT) é o mais recente sucesso em Wall Street, com as ações da gigante do software fechando em alta recorde na quinta-feira, resultando em uma capitalização de mercado recorde de US$ 2,59 trilhões.
As ambições da Microsoft no lucrativo mercado de videogames sofreram um golpe no início desta semana, depois que um juiz dos EUA concedeu o pedido da Comissão Federal de Comércio para bloquear temporariamente a aquisição da Activision Blizzard (NASDAQ:ATVI) pelo colosso da tecnologia.
No entanto, foi a mudança para a inteligência artificial que capturou a imaginação dos investidores, com a Microsoft lançando uma série de atualizações de IA, incluindo o ChatGPT, para os serviços de nuvem do Azure, bem como seu mecanismo de busca Bing.
A chefe financeira da Microsoft, Amy Hood, disse no início desta semana que "a próxima geração de negócios de IA será o negócio de US$ 10 bilhões de crescimento mais rápido de nossa história".
Suas ações subiram mais de 45% no ano até o momento, mas parece possível obter mais ganhos, já que a Microsoft é vista como líder na adoção da tecnologia de IA no setor de software.
4. O petróleo está a caminho de encerrar a série de duas semanas de perdas
Os preços do petróleo caíram na sexta-feira, mas ainda estavam a caminho de registrar uma semana positiva, ajudados pelo otimismo sobre a demanda da China, o maior importador de petróleo do mundo, bem como por um dólar mais fraco.
Às 8h05 (de Brasília), os contratos futuros do petróleo dos EUA estavam 0,17% mais baixos, a US$ 70,50 por barril, enquanto o contrato do Brent caiu 0,12%, para US$ 75,58 por barril.
Ambos os índices de referência devem registrar ganhos semanais de cerca de 1%, interrompendo uma série de duas semanas de perdas, depois de subirem cerca de 3% durante a sessão anterior.
A recuperação da China está gaguejando, mas o banco central do país começou a cortar as taxas de juros e parece provável que haja mais ajuda, estimulando a atividade na segunda maior economia do mundo.
Os dados econômicos fracos dos EUA atingiram o dólar, que caiu da noite para o dia, atingindo o nível mais baixo em cinco semanas em relação a uma cesta de outras moedas. Isso torna o petróleo, que é denominado em dólares, mais barato para os compradores estrangeiros.
A possibilidade de o mercado continuar a subir "pode muito bem depender das melhorias adicionais que observarmos nos dados e das ações de política anunciadas pelo PBOC nas próximas semanas", disse o analista Craig Erlam, da MarketPulse.
"Provavelmente não podemos contar com a OPEP+ para fazer algo significativo tão cedo, depois que os sauditas foram efetivamente forçados a agir sozinhos na semana passada."
5. Tramitação da nova regra fiscal brasileira no Senado
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado vai debater o projeto de lei do novo arcabouço fiscal, que deve substituir a regra do teto de gastos, já aprovado na Câmara dos Deputados. A reunião ocorrerá na próxima terça-feira, 20, após audiência pública sobre o projeto, marcada para as 9h. Até agora, mais de 40 emendas foram apresentadas ao texto.
O relator, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que o limite de gastos da nova regra não deve ser aplicado ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) nem ao Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF).
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu nesta semana com líderes e pediu a manutenção de pontos de referência no texto, lembrando que, caso a matéria passe por mudanças no Senado, ele deverá ser apreciado novamente na Câmara.
Às 8h05 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) apresentava estabilidade.
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