Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Apesar de não ter sido ainda nomeado, o general Eduardo Pazuello --que deve ser novo secretário-executivo do Ministério da Saúde-- já começou a trabalhar informalmente na pasta e deve assumir o posto nos próximos dias, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto.
Pazuello, por enquanto, é o único nome acertado para a equipe do ministério, em meio ao troca-troca ocasionado pela demissão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. O novo ministro, Nelson Teich, assumiu na última sexta-feira, e boa parte da equipe de Mandetta --ao menos cinco de seus principais secretários-- declarou que não ficará nos cargos.
Principal nome no combate à epidemia, o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, avisou que deixará o posto em 4 de maio. João Gabbardo, atual secretário-executivo, está preparando a transição e continua efetivamente no cargo até a nomeação de Pazuello. Nesta quarta. Gabbardo representa o ministério na reunião de ministros do ProSul, grupo de países da América do Sul menos a Venezuela, enquanto Nelson Teich faz sua primeira entrevista de apresentação dos números.
Denizar Vianna, Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, deve passar a ocupar uma assessoria especial de Teich, segundo uma das fontes, e indicar um de seus subordinados para o seu cargo atual. Vianna foi sócio de Teich em uma empresa e teve o atual ministro como seu assessor especial até janeiro deste ano.
Pazuello era o coordenador do programa Acolhida, de recepção aos imigrantes venezuelanos em Roraima, e foi indicado para o cargo pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, com quem já despachou no feriado sobre os dados mais recentes da epidemia, de acordo com uma das fontes.
A intenção é que o general, especialista em logística, passe a cuidar da distribuição de equipamentos, testes e respiradores para os Estados e municípios, em um momento em que o ministério está conseguindo adquirir material, mas a logística de chegada e redistribuição ainda é complexa, com boa parte da malha aeroviária do país parada.