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Guerra entre Rússia e Ucrânia pode impactar inflação e PIB no Brasil

Publicado 27.02.2022, 08:27
Atualizado 27.02.2022, 11:29
© Reuters.

Agência Brasil - A invasão da Ucrânia por tropas russas pode produzir impactos econômicos a mais de 10 mil quilômetros de distância. O Brasil pode sentir os efeitos do conflito por meio de pelo menos três canais: combustíveis, alimentos e câmbio. A instabilidade no Leste europeu pode não apenas impactar a inflação como pode resultar em aumentos adicionais nos juros, comprometendo o crescimento econômico para este ano ao reduzir o espaço para a melhoria dos preços e do consumo.

Segundo a pesquisa Sondagem da América Latina, divulgada nesta semana pela Fundação Getulio Vargas (FGV), as turbulências na Ucrânia devem agravar as incertezas que pairam sobre a economia global nos últimos meses. No Brasil, os impactos deverão ser ainda mais intensos. Uma das razões é a exposição maior aos fluxos financeiros globais que o restante da América Latina, com o dólar subindo e a bolsa caindo mais que na média do continente.

A própria pesquisa, que ouviu 160 especialistas em 15 países, constatou a deterioração do clima econômico. Na média da América Latina, o Índice de Clima Econômico caiu 1,6 ponto entre o quarto trimestre de 2021 e o primeiro trimestre deste ano, de 80,6 para 79 pontos. No Brasil, o indicador recuou 2,8 pontos, de 63,4 para 60,6 pontos, e apresentou a menor pontuação entre os países pesquisados.

Grande parte da queda atual deve-se ao Índice de Situação Atual, um dos componentes do indicador, que reflete o acirramento das tensões internacionais e o encarecimento do petróleo no início de 2022. O outro componente, o Índice de Expectativas, continuou crescendo, tanto no continente como no Brasil, mas a própria FGV adverte que o indicador que projeta o futuro também pode deteriorar-se caso o conflito entre Rússia e Ucrânia se prolongue.

Canais

Segundo a FGV, existem diversos canais pelos quais a crise entre Rússia e Ucrânia pode chegar à economia brasileira. O principal é o preço internacional do petróleo, cujo barril do tipo Brent encerrou a semana em US$ 105, no maior nível desde 2014. O mesmo ocorre com o gás natural, produto do qual a Rússia é a maior produtora global, cujo BTU, tipo de medida de energia, pode chegar a US$ 30, segundo disse nesta semana em entrevista coletiva o diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras (SA:PETR4), Rodrigo Costa.

O Brasil usa o gás natural para abastecimento das termelétricas. Para o diretor da estatal, a perspectiva é que a elevação dos reservatórios das usinas hidrelétricas no início do ano possa compensar, pelo menos nesta fase de início de conflito.

Em relação à gasolina, a recuperação da safra de cana-de-açúcar está reduzindo o preço do álcool anidro, o que também ajuda a segurar a pressão do barril de petróleo num primeiro momento. Desde novembro do ano passado, o litro do etanol anidro acumula queda de 24,6% em São Paulo, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo.

As maiores pressões sobre combustíveis estão ocorrendo sobre o diesel, que não tem a adição de etanol e subiu 3,78% em janeiro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que funciona como prévia da inflação oficial.

Alimentos

Outro canal pelo qual a guerra no Leste europeu pode afetar a economia brasileira são os alimentos. A Rússia é a maior produtora mundial de trigo. A Ucrânia ocupa a quarta posição. Nesse caso, o Brasil não pode contar com outros mercados porque a seca na Argentina, tradicionalmente maior exportador do grão para o Brasil, está comprometendo a safra local.

A crise no mercado de petróleo também pressiona os alimentos. Isso porque a Rússia é o maior produtor mundial de fertilizantes, que também são afetados pelo petróleo mais caro. Atualmente, o Brasil compra 20% dos fertilizantes do mercado russo. O aumento do diesel também interfere indiretamente no preço da comida, ao ser repassado por meio de fretes mais caros.

Dólar e juros

O terceiro fator pelo qual a crise entre Rússia e Ucrânia pode impactar a economia brasileira será por meio do câmbio. O dólar, que chegou a atingir R$ 5 na quarta-feira (23), fechou a sexta-feira (25) a R$ 5,15 após a ocupação de cidades ucranianas por tropas russas. Por enquanto, os efeitos no câmbio são relativamente pequenos porque o Brasil se beneficiou de uma queda de quase 10% da moeda norte-americana no acumulado de 2022. O prolongamento do conflito, no entanto, pode anular a baixa do dólar no início do ano.

Nesta semana, o secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, disse que o Brasil está preparado para os impactos econômicos da guerra. Segundo ele, o país tem grandes reservas internacionais e baixa participação de estrangeiros na dívida pública, o que ajudaria a enfrentar os riscos de uma turbulência externa prolongada.

No entanto, caso o dólar continue a subir e a inflação não ceder, o Banco Central pode ver-se obrigado a aumentar a taxa Selic (juros básicos da economia) mais que o previsto. Nesse caso, o crescimento econômico para este ano ficaria ainda mais prejudicado. Na última edição do boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, os analistas de mercado elevaram a projeção anual de inflação oficial para 5,56% em 2022. Essa foi a sexta semana seguida de alta na estimativa. A previsão de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em apenas 0,3% neste ano.

Últimos comentários

Dolar em breve va perto entre R$ 5,50/5,70
uma pesquisa que põe a Argentina em situação melhor que o Brasil nem deve ser lida. sem crédito Essa reportagem.
essa 'guerra' veio na hora certa....  jornalistas desonestos e velha imprensa corrompida perderam o rumo...  Agora é JAIR ou já era...  Em outubro, o número é 22...  Anotaí pra não esquecer:  22.
por causa dessa 'guerra', um hipopótamo botou um ovo na areia da praia de Santos...  É mais uma aberração causada pela 'guerra' da ucrania.  Afetará também os elefantes do pantanal, hein?
as chuvas em Petrópolis mataram mais gente que a 'guerra' da ucrania....  Mas, um jornalista desonesto brasileiro já avisou que essa 'guerra' também afetará as girafas da amazônia....
Guerra afeta o mundo todo. Principalmente os pobres e aqueles que não têm conhecimento e mobilidade financeira.*****
Só no Brasil a covid está matando 800 pessoas por dia. Qual é a guerra que mata 800 pessoas por dia num único país?
Vida de bolsominiun não é fácil. Prestavam continência à bandeira dos EUA e agora precisam defender a Rússia... Kkkkkkk...
Reservas e troca da divida externa por interna foi gracas aos govrerno do pt. Se nao fosse os lambe botas dos americanos nos com certeza tianhos petroleo a zoi.
Nossa! Não imaginava que no Brasil havia tantos sovieticos!
Pode, não. Vai
ah vá!
Se é para escolher entre ladrões, vamos de Temer 2022. Pelo menos nao é um populista vagabundo como Lula e Bozo. Tb sabe escrever cartinhas. Ladrão, todos os 3 são.
Verdade. Somando Aécio, Renan, Centrão e toda a corja. Só tem quadrilha.
Verdade, o melhor são os menos populistas, infelizmente! o Temer controlou a inflação de 2016 à 2018, com bons ministros q o PR nomeou... agora Lula e por incrível que pareça o Bolsonaro, que aumentaram os recursos p/ benefícios sociais p/população, tanto na pandemia quanto roubando, para desequilibrar as contas públicas!!!! Infelizmente o nosso Brasil vai mal nos próximos anos...
SELIC 15%. ANOTEM AÍ...
Temer 2022
Com a Russia fora do sistema internacional de pagamento, como ela vai receber pela exportacao do gas? Entao num curto prazo o gas, ao contrario do que diz a materia, vai baixar de preco. Se nao vou receber, nao vou vender. Quem nao consegue vender, baixa o preco.
Esse foi o comentario mais idiota que eu ví aqui!Se a russia nao vende o gas diminui a oferta e aumenta o preço!Logica primaria de mercado
o teu raciocinio ta muito obvio.
Tadinho! Ele não sabe nem o significado da palavra "óbvio"... kkkkkkk
eiiíiita
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