Investing.com – Enquanto o mercado chinês tenta recuperar o fôlego com a flexibilizações da política Covid-zero, as autoridades chinesas também avaliam se viabilizam mais medidas financeiras para ajudar o setor imobiliário, ainda que as incorporadoras sejam vistas como “grandes demais para falir”. Os problemas começaram em 2021 e só passaram a ser considerados manchetes com a inadimplência da gigante Evergrande (OTC:EGRNY). Diante desse cenário, a Julius Baer afirmou em nota aos clientes e ao mercado que considera provável que novas medidas estejam em andamento visando estimular a demanda doméstica, pois os fundamentos do setor ainda são considerados fracos. As vendas de propriedades devem seguir fracas neste primeiro trimestre, ainda de desafios com a crise sanitária e com os próximos feriados do Ano Novo Lunar.
“Esperamos que a bifurcação continue a favorecer os sobreviventes, enquanto os desenvolvedores mais fracos e menores continuarão lutando. Os fracos dados imobiliários de dezembro não são surpreendentes e a fraqueza nas vendas imobiliárias provavelmente persistirá no primeiro trimestre de 2023”, afirma Sok Yin Yong, analista de renda fixa da Ásia da Julius Baer.
Segundo o banco suíço, entre as possíveis medidas, estão financiamento de capital, empréstimos, permissão para criação de fundos de investimento imobiliário e fomento para aquisições. Os dados mais recentes indicam falta de fôlego persistente no setor imobiliário, mesmo com apoio do governo.
“Os dados da China Index Academy mostraram que os preços das residências em 100 cidades na China caíram pelo sexto mês consecutivo em dezembro em 0,08% m/m e em um ritmo mais rápido em relação à queda de 0,06% m/m em novembro, refletindo a fraca demanda doméstica em meio ao aumento em casos de Covid-19 e baixa confiança dos compradores de imóveis. Das 100 cidades, 68 cidades relataram quedas mensais nos preços das residências em dezembro, acima das 57 cidades em novembro”, completa a Julius Baer.