Por Joseph Ax
(Reuters) - Os democratas dos Estados Unidos ressaltarão os líderes futuros do partido e recorrerão a um peso-pesado do passado, o ex-presidente Bill Clinton, para defender a candidatura presidencial de Joe Biden em sua convenção nacional nesta terça-feira.
Jill Biden, esposa do presidenciável e uma de suas conselheiras políticas mais próximas, fará o principal discurso da segunda noite da Convenção Nacional Democrata após uma noite de abertura na qual a ex-primeira-dama Michelle Obama atacou duramente o presidente dos EUA, Donald Trump, apontando-o como o "presidente errado" para um país que passa por uma pandemia, um colapso econômico e um acerto de contas das relações raciais.
Biden será indicado formalmente também nesta terça-feira. Como a convenção de quatro dias será essencialmente virtual devido à pandemia de coronavírus, os delegados de todo o país votarão remotamente para confirmar Biden, de 77 anos, como indicado democrata para a eleição de 3 de novembro contra o republicano Trump, de 74 anos.
A convenção está sendo realizada em meio a preocupações sobre a segurança da votação. Os democratas postulam a votação pelo correio como alternativa, mas temem que ela seja prejudicada pelos cortes de gastos no Serviço Postal que, sob o comando de Louis DeJoy, um grande doador de campanhas de Trump, tem causado atrasos na entrega de correspondências.
Ao invés de usar um único orador para transmitir a mensagem central nesta terça-feira, o programa da convenção destacará 17 estrelas partidárias em ascensão, como Stacey Abrams, ex-candidata ao governo da Geórgia que Biden cogitou como colega de chapa.
O tema da noite será "Liderança Importa", disseram organizadores.
Na tentativa de desviar a atenção de Biden, Trump fará um discurso no Arizona, um Estado indeciso intensamente disputado que pode se inclinar para qualquer partido e desempenhar um papel decisivo na eleição.
Entre os outros oradores estarão a deputada Alexandria Ocasio-Cortez, uma figura liberal destacada, Sally Yates, ex-secretária de Estado interina que se chocou com Trump durante seu período curto no cargo, o ex-secretário de Estado John Kerry o líder da minoria no Senado, Chuck Schumer.
Na segunda-feira, os democratas usaram o programa de abertura para exibir a coalizão ampla comprometida a derrotar Trump em novembro.
O senador Bernie Sanders, liberal que foi o principal rival de Biden nas primárias, exortou seus apoiadores a endossarem o mais moderado Biden, apesar de suas diferenças de opinião. John Kasich, ex-presidenciável republicano e governador de Ohio, argumentou que Trump representa uma ameaça tão grave que os republicanos deveriam cogitar votar em um democrata na corrida pela Casa Branca.