Por Megan Rowling
BARCELONA (Thomson Reuters Foundation) - Na esteira do alerta de uma comissão do clima da ONU de que eventos extremos e a elevação dos mares estão ocorrendo mais rápido do que se esperava, lideranças pediram nesta segunda-feira mais dinheiro e vontade política para ajudar as pessoas a se adaptarem à nova realidade.
Em uma conferência em Roterdã convocada pelo Centro Global para a Adaptação, mais de 50 ministros e chefes de organizações do clima e bancos de desenvolvimento pediram que as conversas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP26), em novembro, tratem a adaptação como algo "urgente".
Em um comunicado, eles disseram que a adaptação --que vai da construção de barragens contra inundações mais elevadas ao cultivo de plantios mais tolerantes a secas e à realocação de comunidades litorâneas-- não recebeu a mesma atenção, recursos ou nível de ação que os esforços para reduzir as emissões que aquecem o planeta.
Isto deixa comunidades de todo o mundo "expostas a uma emergência climática que se desenrola mais rápido do que o previsto", disseram.
"A adaptação não pode mais ser subpriorizada", acrescentaram. "É imperativo que a COP26 lance uma aceleração dos esforços de adaptação para habilitar o mundo a se manter no ritmo desta emergência muito profunda e abrangente".
Eles alertaram que a cúpula da COP26, que será sediada no Reino Unido, não terá sucesso a menos que faça do avanço dos esforços de adaptação uma prioridade igual ao corte das emissões de carbono.
A reunião de Roterdã --à qual compareceram o ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, a chefe do clima da ONU, Patricia Espinosa, e a chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva-- ouviu representantes de nações africanas, pequenos Estados-ilha em desenvolvimento e outros países vulneráveis ao clima.
Estes falaram de como as comunidades estão tendo dificuldades com inundações, secas e tempestades anormalmente intensas, além da pandemia de Covid-19, o que reverte ganhos de desenvolvimento duramente conquistados e empurra pessoas para favelas nas cidades ou até através de fronteiras nacionais por estas se tornarem incapazes de viver em sua própria terra.
"Agora estamos vivendo no olho da tempestade. Adaptar o mundo à nossa emergência climática é essencial para nossa segurança mesmo enquanto combatemos uma pandemia global", disse Patrick Verkooijen, presidente-executivo do Centro Global para a Adaptação, na abertura do diálogo.
"Milhões de vidas e a segurança de comunidades em todo o mundo já estão em jogo".