Por Luis Jaime Acosta
BOGOTÁ (Reuters) - Milhares de colombianos saíram às ruas neste sábado para as protestar contra a proposta de reforma tributária do governo, no um quarto dia de manifestações, que já resultaram em pelo menos quatro mortes.
Sindicatos e outros grupos iniciaram marchas na quarta-feira para exigir que o governo do presidente Ivan Duque retire a proposta de reforma.
Cali, a terceira maior cidade do país, teve os maiores protestos, com saques e pelo menos três mortes relacionadas às manifestações.
"Perder vidas é sempre uma situação e circunstância muito dolorosa. Durante esses tumultos, três pessoas morreram", disse o prefeito de Cali, Jorge Ivan Ospina, às redes sociais, pedindo à procuradoria-geral que determine quem disparou os tiros responsáveis pelas mortes.
A organização de direitos humanos Human Rights Watch disse que recebeu denúncias de possíveis abusos policiais em Cali, e grupos de direitos humanos locais afirmam que teriam ocorrido até 14 mortes.
A polícia nacional disse que respeita os direitos humanos e segue os protocolos estabelecidos.
Saques isolados, vandalismo e confrontos entre a polícia e os manifestantes também ocorreram em Bogotá, Medellín e outras cidades.
Os protestos continuaram no sábado, apesar do anúncio de Duque, na sexta-feira, de que a reforma seria revisada e agora não incluiria impostos sobre vendas de alimentos, serviços públicos ou gasolina ou uma expansão do imposto de renda.
Apesar dos pedidos de retirada e da oposição de parte do Congresso, o governo insiste que a reforma é vital para estabilizar as finanças do país, manter sua classificação de crédito e financiar programas sociais.