Por Jorge Otaola
BUENOS AIRES (Reuters) - O presidente argentino, Alberto Fernández, realizava reuniões e telefonemas neste domingo em busca de um novo ministro da Economia após a renúncia de Martín Guzmán, o que aprofundou a crise política no país
O nome do novo ministro deve ser anunciado ainda neste domingo, embora o governo nada tenha dito. "Nenhuma notícia", disse uma porta-voz à Reuters diante do silêncio oficial.
A disputa de poder na coalizão governista com o confronto público entre Fernández e sua influente vice-presidente Cristina Kirchner - o que poderia agravar as dificuldades financeiras e acelerar a inflação alta - está prejudicando o cenário, concordam analistas.
"Estamos enfrentando uma crise política complexa, agravada pela luta pelo poder. Quem assumir o ministério terá uma tarefa complicada", disse Rosendo Fraga, analista político.
Outro colega seu enfatizou que "Alberto Fernández está em um dia-chave em que deve acertar o nome de seu ministro da Economia, mas ele deve ter consenso político e apoio para tomar medidas urgentes em uma situação complexa" na Argentina.
A saída de Guzmán no sábado tomou de surpresa o governo de centro-esquerda, que está registrando os mais baixos índices de aprovação após assumir no final de 2019.
A Argentina enfrenta uma inflação mínima projetada de 70% até 2022, déficit fiscal elevado, emissão de moeda e colapso do mercado, colocando a terceira maior economia da América Latina entre as piores entre as nações emergentes.
Uma fonte do governo disse à Reuters no sábado que a saída de Guzman se deveu à falta de apoio político que ele sentiu para aprofundar uma série de medidas, no momento em que o risco-país atingiu um recorde histórico.