Genebra, 15 fev (EFE).- A Alta comissária para os Direitos Humanos das Nações Unidas, Navi Pillay, solicitou nesta terça-feira às autoridades do Barein que não façam uso excessivo da força ao reprimir as manifestações no país.
Em comunicado, Navi afirmou: "As autoridades devem escrupulosamente evitar o uso excessivo da força, que está estritamente proibido na lei internacional. Devem ser realizadas investigações imparciais e transparentes sobre os casos nos quais houve abusos".
A Alta comissária lembrou o direito inalienável à manifestação e à liberdade de expressão, e disse que o Barein faz parte do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos.
Além disso, lamentou profundamente a morte de dois jovens "que se manifestavam de forma pacífica".
Ali Abdulhadi al-Mushaima morreu baleado nesta segunda-feira e Fadl Salman Matruk foi assassinado por membros das Forças de Segurança, especifica o comunicado.
"Incentivo as autoridades a cessarem imediatamente o uso desproporcional da força contra manifestantes pacíficas e libertar todos aqueles que foram presos nos últimos dias", concluiu.
Milhares de pessoas tomaram nesta terça-feira o centro da capital do Barein para reivindicar melhoras econômicas, reformas políticas e constitucionais, o fim das violações dos direitos humanos no país e a destituição do atual Governo.
Os protestos começaram na manhã desta terça-feira em frente ao Hospital Geral da localidade de Al Dih, onde ocorreram choques com as forças de segurança que empregaram gás lacrimogêneo e dispararam balas de borracha para dispersar os manifestantes que protestavam pela morte do jovem Ali Abdul Hadi Mushaima.
Além da morte nesta segunda-feira de Mushaima, de 21 anos, nesta terça-feira faleceu Fadl Matruk como consequência do disparo de um tiro de borracha a curta distância feito pelas forças antidistúrbios nesse centro hospitalar.
O rei Hamad bin Issa al-Khalifa, no poder desde 1999, lamentou a morte dos dois manifestantes e ordenou a criação de um comitê para investigar "as causas desses incidentes".
Esta revolta popular começou há dois dias e conta com uma participação sem precedentes no país, um arquipélago com uma superfície de apenas 727 quilômetros quadrados no qual vivem pouco mais de um milhão de pessoas, metade delas estrangeiras. EFE