Genebra, 25 abr (EFE).- A Alta comissária de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, Navi Pillay, pediu nesta segunda-feira ao Governo sírio o fim dos assassinatos e da violência como método para reprimir os protestos pacíficos de seus cidadãos.
Navi definiu de "inaceitável" a resposta do Governo aos protestos e solicitou às forças de segurança que não usem munição para reprimi-los.
"A comunidade internacional solicitou repetidas vezes ao Governo de Bashir al-Assad que não usasse a violência para reprimir manifestações pacíficas, e ele se fez de surdo", assinalou a alta comissária, citada em comunicado.
Segundo os dados confirmados por seu gabinete, pelo menos 76 pessoas morreram na sexta-feira por causa da repressão e outras 13 foram assassinadas pelas forças de segurança durante os funerais realizados no sábado.
"Apenas alguns dias após anunciar grandes reformas, elas ficam no papel e se exerce uma violenta repressão e um total desprezo pela vida dos sírios. Os assassinatos devem cessar imediatamente", acrescentou Pillay.
"A violência e a repressão só indicam que, ou o Governo não é sério em relação às reformas ou é incapaz de controlar suas próprias forças de segurança".
Perante tal situação, a alta comissária lembrou que o Governo tem obrigações internacionais e solicitou uma investigação independente para determinar responsabilidades e levar os culpados perante a justiça.
Navi também pediu o fim das detenções de jornalistas, defensores de direitos humanos e opositores e que se libertem os que foram detidos nos últimos dias.
"É preciso ter um diálogo nacional, mas isto não pode suceder enquanto as pessoas são assassinadas nas ruas pelas forças de segurança".
"Peço ao presidente Al-Assad e a seu Governo a implementar rapidamente reformas para restaurar a confiança de seu povo", concluiu Navi. EFE