NIAMEI (Reuters) - A polícia no Níger usou gás lacrimogêneo para dispersar centenas de apoiadores da oposição que se reuniram na capital Niamei neste domingo, desafiando a proibição de uma manifestação contra o que veem como má governança, disseram testemunhas.
O governo de Niamei proibiu a marcha na sexta-feira em meio a tumultos violentos contra charges do jornal francês Charlie Hebdo representando o profeta Maomé, que levaram manifestantes enraivecidos a atacar igrejas, bares e uma delegacia de polícia e mataram dez pessoas em dois dias.
A marcha da oposição deste domingo foi planejada antes de um ataque armado matar 12 pessoas nos escritórios de Paris do semanário satírico no início deste mês.
O decreto que proíbe a manifestação não deu uma razão para a decisão. No entanto, um funcionário do governo falando em condição de anonimato disse à Reuters que autoridades temiam que a marcha poderia ser infiltrada por manifestantes anti-Charlie Hebdo.
"Informamos todos os nossos militantes e simpatizantes que a marcha seguida de um comício previsto para domingo vai seguir em frente", disse o bloco de oposição ARDR no sábado, em um comunicado transmitido em canais de televisão privados desafiando a proibição.
As tensões políticas têm aumentado no Níger desde 2013, quando Hama Amadou, um poderoso ex-aliado político do presidente Mahamadou Issoufou, se separou da coalizão governista.
(Por Abdoulaye Massalaki)