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Catar chama de volta embaixador no Egito após críticas ao ataque egípcio na Líbia

Publicado 19.02.2015, 11:39
© Reuters. Chanceler do Catar, Khalid bin Mohamed Al-Attiyah, durante reunião do Conselho de Cooperação do Golfo, em Riad

Por Ahmed Tolba

CAIRO (Reuters) - O Catar retirou seu embaixador no Egito, informou a agência estatal de notícias QNA na noite de quarta-feira, em consequência de uma disputa sobre ataques aéreos egípcios contra alvos do Estado islâmico na Líbia. A rusga diplomática ocorre apenas dois meses depois do início de uma melhora nas relações entre os dois.

Jatos egípcios bombardearam lugares da Líbia na segunda-feira, horas depois que militantes do Estado Islâmico desse país divulgaram um vídeo que mostra a decapitação de 21 cristãos egípcios, arrastando o Egito diretamente para o conflito do outro lado de sua fronteira.

O Catar expressou reservas sobre o ataque em uma reunião da Liga Árabe, o que irritou o Egito.

Saad bin Ali al-Muhannadi, um alto funcionário do Ministério das Relações Exteriores do Catar, citou preocupação com a "ação militar unilateral em outro Estado membro, de uma forma que possa prejudicar civis inocentes".

Apesar das preocupações do Catar, a Liga Árabe divulgou um comunicado na quarta-feira manifestando a sua "total compreensão" sobre os ataques aéreos do Egito e dando ênfase a um apelo ao Cairo para o levantamento do embargo de armas ao Exército líbio.

O Catar também manifestou reservas sobre esse ponto. Al-Muhannadi disse que daria impulso a uma parte em detrimento da outra, antes de serem concluídas as negociações de paz e formado um governo de coalizão.

O enviado egípcio para a Liga, Tareq Adel, criticou esse posicionamento, dizendo que isso mostra que o Catar "apoia o terrorismo", segundo a agência de notícias egípcia Mena.

© Reuters. Chanceler do Catar, Khalid bin Mohamed Al-Attiyah, durante reunião do Conselho de Cooperação do Golfo, em Riad

Mas o rico Conselho de Cooperação do Golfo, pró-Ocidente, ficou do lado do Catar, sugerindo não querer reviver uma divisão interna, que atingiu o auge quando a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Barein retiraram seus embaixadores de Doha, no ano passado, por causa de seu apoio aos islamistas.

"Essas acusações são infundadas, distorcem a verdade e ignoram os esforços sinceros do Catar com os seus vizinhos do Conselho para combater o terrorismo e o extremismo em todos os níveis", disse o dirigente do Conselho, Abdullatif Al-Zayani, em comunicado.

O Egito, o país mais populoso do mundo árabe, acusa o Catar de apoiar a Irmandade Muçulmana, que foi expulsa do poder em 2013, quando o Exército depôs o presidente Mohamed Mursi na sequência de protestos em massa contra seu governo, que durou um ano.

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