Por Marcelo Teixeira
SÃO PAULO (Reuters) - O bloqueio de estradas por caminhoneiros grevistas no Brasil não afetou até o momento as operações no Porto de Itajaí, em Santa Catarina, o principal canal de exportação de processados de aves e suínos no país.
Mas a situação é preocupante mais ao sul, no porto gaúcho de Rio Grande, o terceiro principal corredor de exportações de grãos do Brasil, onde somente metade das cargas agendadas tem chegado.
Em Itajaí, que possui uma grande operação de contêineres refrigerados, foram registradas apenas pequenas manifestações nas áreas próximas ao complexo, que não chegaram a prejudicar o fluxo de produtos em nenhum momento nesta semana, disse a assessoria de comunicação do porto.
Processadores como a BRF reportaram problemas nos últimos dias em unidades de produção de aves e suínos, devido a falhas no abastecimento de ração, e também alguns problemas no transporte de mercadorias dentro do país.
Mas as exportações aparentemente não estão sendo afetadas.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) informou que seus associados têm conseguido manter embarques externos praticamente dentro da normalidade.
A situação parece ser mais preocupante na área de grãos.
Além do porto de Rio Grande, o de Paranaguá, no Paraná, o segundo maior canal de exportação de grãos do país, tem enfrentado grandes problemas no recebimento de cargas e só conseguiu manter o carrregamento de navios devido aos estoques nos silos do porto.
Em Rio Grande, somente metade do volume normal de mercadorias (soja, milho, arroz, fertilizantes) tem chegado.
"Os estoques no porto estão no fim. Poderemos ter problemas para manter carregamentos de navios durante o final de semana", afirmou nesta sexta-feira André Zenobini, assessor de imprensa do porto.
O Rio Grande do Sul concentra o maior número de bloqueios de rodovias desde o início do movimento de protesto dos caminhoneiros, há dez dias.