(Reuters) - Um dia depois de centenas de milhares de pessoas voltarem às ruas de cidades de todo o país para protestar contra o governo da presidente Dilma Rousseff, o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, disse nesta segunda-feira que o governo quer trabalhar em cima do "sentimento das ruas".
Embora em um número menor do que o registrado no último dia 15 de março, os manifestantes voltaram a pedir, entre outras coisas, o impeachment de Dilma e o fim da corrupção. [nL2N0XA0L4]
Para Edinho, ministro responsável pela comunicação do governo, existe um descontentamento geral dos brasileiros com todas as esferas do poder, que acaba sendo canalizada principalmente para a administração federal.
"Se você medir, todos os poderes instituídos do Estado brasileiro, certamente todos eles estão sendo questionados. Se você medir, certamente a imensa maioria das prefeituras, dos governos de Estado, dos Legislativos", disse o ministro a jornalistas em Brasília.
"É claro que nós temos a responsabilidade por sermos o governo central, mas o mais importante é que a gente possa entender o sentimento das ruas e trabalhar para que a gente aprimore cada vez mais o estado da sociedade civil."
Além dos protestos do domingo, o governo Dilma teve de digerir uma outra notícia desfavorável para a presidente no fim de semana.
Segundo uma pesquisa Datafolha publicada no sábado, 63 por cento apoiam a abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O Datafolha também mostrou que a rejeição à presidente parou de crescer, mas ainda está num patamar elevado.
O levantamento mostrou que 13 por cento dos entrevistados acreditam que Dilma faz um governo bom ou ótimo, mesmo percentual da pesquisa anterior, enquanto que 60 por cento consideram o governo ruim ou péssimo, 2 pontos abaixo da pesquisa anterior. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)