BRUXELAS (Reuters) - A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pode ajudar nos esforços da União Europeia para conter o tráfico de imigrantes pelo mar Mediterrâneo caso líderes nacionais tomem uma decisão política para que isso ocorra, disse o vice-comandante militar da aliança nesta quarta-feira.
A UE concordou em realizar uma missão marítima na segunda-feira para combater gangues que transportam imigrantes a partir da Líbia.
Cerca de 50 mil imigrantes entraram na Europa cruzando o Mediterrâneo neste ano, sendo que 30.500 entraram pela Itália. Cerca de 1.800 morreram afogados na tentativa, disse a agência de refugiados da Organização das Nações Unidas.
O ministro italiano de Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, havia sugerido na segunda-feira que a Otan poderia contribuir para a operação da UE ao modificar sua existente missão antiterrorismo no Mediterrâneo.
"Há diversos tipos de coisas que podem ser feitas pela Otan... a principal questão é: haverá vontade política para isso acontecer e uma decisão política para uma contribuição material?", disse a repórteres o vice-comandante supremo aliado para a Europa, general britânico Adrian Bradshaw.
Embora geralmente tenha havido uma divisão de trabalho entre a Otan e a União Europeia, "no contexto de operações marítimas no Mediterrâneo, por onde embarcações da Otan transitam e estão presentes por outros motivos, pode haver ações eficientes a serem entregues e precisamos explorar as possibilidades", disse Bradshaw.
(Reportagem de Adrian Croft e Francesco Guarascio)