(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta quinta-feira, em cúpula dos Brics na Rússia, a necessidade de reforçar a atuação desses países diante da crise internacional, e reiterou que o governo brasileiro vem tomando as medidas necessárias para retomar o crescimento econômico.
Em discurso durante encontro de chefes de Estado e de governo dos Brics com o Conselho Empresarial do grupo, Dilma destacou a importância do comércio e do investimento entre os integrantes do bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e disse estimular a presença de investidores dos Brics no programa de investimento em infraestrutura recentemente lançado pelo governo.
"Neste momento de crise internacional, nós devemos reforçar, cada vez mais, o papel dos Brics, tão importante para o desenvolvimento global", disse a presidente no encontro empresarial na cidade russa de Ufá, segundo discurso divulgado pela Presidência.
"No Brasil, estamos fortalecendo nossas políticas macro e microeconômicas para retomar, o mais breve possível, o crescimento sustentável da economia."
Em discurso durante sessão plenária da cúpula dos Brics, a presidente referiu-se aos países emergentes, em especial os que integram o bloco, como a "força motriz do crescimento global".
Dilma aproveitou as reuniões na Rússia para reafirmar que o Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics será importante na intermediação de recursos para projetos de infraestrutura, ressaltando a necessidade de que seja "ágil e eficaz" para conseguir realizar suas primeiras operações no início de 2016.
A presidente disse ainda estar "satisfeita" com a assinatura há dois dias de acordo operacional entre os bancos centrais dos países para permitir a implementação do Arranjo Contingente de Reservas no dia 30 de julho.
GOVERNANÇA NA INTERNET
A presidente também disse, em discurso na sessão plenária de chefes de Estado dos Brics, que o Brasil está disposto a conversar com os membros do bloco sobre governança na Internet, assunto que já rendeu tensão nas relações do país com os Estados Unidos após denúncias de que agência de inteligência norte-americana teria espionado autoridades brasileiras, incluindo a própria Dilma. A relação foi reestabelecida e selada com a viagem de Dilma aos EUA, no fim de junho.
Dilma citou ainda outros temas a serem debatidos pelos Brics, como as migrações e o tráfico de drogas, além da questão climática e os direitos humanos.
Ao afirmar "repúdio inequívoco" ao terrorismo e condenar "veementemente" violações aos diretos humanos no Oriente Médio e na África, Dilma declarou que o Brasil está comprometido em dar "apoio e resguardo para milhões de seres humanos que buscam uma nova pátria".
(Por Maria Carolina Marcello, em Brasília)