BUENOS AIRES (Reuters) - A Argentina realizará eleições presidenciais primárias no próximo domingo, quando serão definidos os principais candidatos para a eleição geral de 25 de outubro, quando analistas preveem uma polarização entre a coalizão governista Frente para Vitória e a oposicionista de centro-direita PRO.
A elevada inflação, o estancamento da economia, a pobreza e a insegurança são alguns dos principais problemas a serem enfrentados pelo presidente que assumir o governo argentino em dezembro.
A seguir, veja as principais propostas eleitorais dos candidatos:
DANIEL SCIOLI, CANDIDATO GOVERNISTA
- Propõe uma abordagem gradual dos principais problemas da macroeconomia, como inflação e um controle cambial para os poupadores.
- Reduzir a inflação a um ritmo de 5 pontos percentuais por ano para alcançar um nível de um dígito num prazo de quatro anos. Os preços, segundo analistas privados, sobem cerca de 25 por cento por ano.
- Redução do déficit fiscal primário, que chegou a 4,365 bilhões de dólares em 2014.
- Incentivo aos investimentos para aumentar as exportações.
- Reduzir impostos para a exportação de alguns grãos, como trigo e milho.
- Negociação com credores que processaram o país, ou os chamados "holdouts" com firmeza, embora espera-se que ele seja mais flexível do que o atual governo.
- A petroleira YPF e a companhia aérea Aerolíneas Argentinas continuarão nas mãos do Estado.
- Manutenção do programa social Ajuda Universal por Filho (AUH).
- Aplicação em nível nacional de um projeto para implementar forças policiais locais que complementem a polícia provincial.
MAURICIO MACRI, OPOSIÇÃO
- Abertura a investimentos estrangeiros, reduzindo os controles comerciais e de câmbio que têm afetado a economia.
- O PRO se comprometeu a reduzir a inflação para um dígito em dois anos.
- Reduzir o déficit fiscal.
- Abandono das restrições para compra de dólares para poupadores.
- Reforma do órgão de estatísticas Indec, que está sob intervenção do atual governo desde 2009 e é duramente questionado pela credibilidade de seus números.
- Suspensão de limites das exportações do setor agropecuário e eliminação dos impostos às exportações, conhecidos como "retenções". Sobre a soja, principal cultivo do país, as retenções serão eliminadas de forma gradual.
- Manutenção da petroleira YPF, principal empresa do país, sob controle estatal.
- Negociação de um acordo com "holdouts" para evitar pagar a totalidade da dívida em litígio judicial nos Estados Unidos.
- Continuidade do programa social AUH, que beneficia milhões de famílias de baixa renda.
- Criação de uma Agência Nacional Contra o Crime Organizado e desenvolvimento de um sistema integral de estatísticas criminais.
(Reportagem de Juliana Castilla)