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Bovespa cai 2,5% por China e perspectivas fiscais; Petrobras despenca com petróleo

Publicado 01.09.2015, 18:10
Atualizado 01.09.2015, 18:17
© Reuters.  Bovespa cai 2,5% por China e perspectivas fiscais; Petrobras despenca com petróleo
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou em queda pelo terceiro pregão seguido nesta terça-feira, em meio a novos sinais negativos sobre crescimento econômico na China, enquanto permanecem as apreensões com o quadro macroeconômico e a deterioração fiscal no Brasil.

O Ibovespa caiu 2,46 por cento, a 45.477 pontos.

O giro financeiro totalizou 6,75 bilhões de reais.

A queda acumula do índice de referência do mercado acionário brasileiro nas três últimas sessões chega a 4,69 por cento, e o horizonte no curto prazo não sugere alívio.

O tom defensivo permanece nas estratégias de gestores para o mercado acionário brasileiro em setembro, diante da deterioração do cenário econômico doméstico e de sinais de maior desaquecimento na China.

Nesta terça-feira, repercutiu negativamente dados mostrando que atividade do setor industrial chinês encolheu à taxa mais forte em ao menos três anos em agosto e que o setor de serviços do gigante asiático mostrou sinais de esfriamento.

Em Wall Street, o S&P 500 caiu 2,96 por cento.

No campo doméstico, o mercado, de modo geral, entendeu que o governo brasileiro "jogou a toalha" no que diz respeito a um ajuste relevante das contas públicas, ao anunciar na véspera proposta orçamentária para 2016 prevendo déficit primário inédito.

Analistas do BTG Pactual (SA:BBTG11) disseram temer que, na falta de um rápido arranjo político em prol de um acordo para lidar com a crise econômica, a deterioração das variáveis econômicas continuará e a volatilidade seguirá elevada.

DESTAQUES

=PETROBRAS fechou com queda de 6,53 por cento nas preferenciais e de 6,31 por cento nas ordinárias, acompanhando a queda do preço do petróleo, com os dados chineses amparando a correção negativa da commodity após avanço da véspera. O UBS revisou nesta terça-feira estimativas para a petroleira citando mudança do nível do real e menores dividendos para as ações preferenciais, mas manteve os preços-alvos para essa classe de papel em 17 reais e para as ações ordinárias em 15 reais, assim como as respectivas recomendações de "compra" e "manutenção". O UBS disse também que agora espera uma alta de 8,8 por cento na gasolina até o final do ano ante previsão anterior de reajuste de 5,5 por cento.

=VALE encerrou com as preferenciais de classe A em baixa de 2,61 por cento e com as ordinárias caindo 4,58 por cento, após os números da China reforçarem o ambiente desfavorável para os preços do minério de ferro.

=BRADESCO perdeu 2,86 por cento e ITAÚ UNIBANCO recuou 2,3 por cento, uma vez que bancos figuram entre as ações mais sensíveis no caso de um rebaixamento do rating soberano do Brasil pelas agências de classificação de risco.

=SMILES despencou 8,7 por cento, na esteira de forte queda de sua controladora GOL, que desabou 8,17 por cento, com o forte declínio nos preços do petróleo pouco atenuando preocupações sobre o efeito da nova alta do dólar ante o real para o resultado da companhia aérea. A Gol informou nesta terça-feira que concluiu a contratação de empréstimo de 300 milhões de dólares por meio da subsidiária Gol LuxCo, em operação que faz parte dos acordos com a parceira norte-americana Delta Air Lines para reforçar a liquidez da aérea brasileira. A Delta concedeu garantia adicional à operação além da garantia outorgada pela companhia e pela controlada VRG Linhas Aéreas. Como contragarantia a qualquer pagamento da Delta, foi concedido penhor de ações da rede de fidelidade Smiles (SA:SMLE3) em poder da aérea brasileira.

=CCR e ECORODOVIAS caíram 5,11 e 5,58 por cento, respectivamente, em meio à forte alta das taxas futuras de juros longos, diante do cenário fiscal desfavorável.

=CESP caiu 4,84 por cento e figurou entre as maiores baixas do setor elétrico na Bovespa (IEE). Nesta sessão, os papéis de várias companhias de energia elétrica foram afetados por leilão de venda de ações de propriedade do Metrô do Estado de São Paulo, no final do pregão. Além de Cesp (SA:CESP5), também foram ofertadas no leilão papéis da ENERGIAS DO BRASIL e da CPFL ENERGIA, que fazem parte do Ibovespa, e das empresas TRANSMISSÃO PAULISTA, AES TIETÊ e ELETROPAULO ON, que não integram o índice.

=TIM PARTICIPAÇÕES caiu 4,89 por cento, guiando perdas no setor de telecomunicações no Ibovespa, com TELEFÔNICA BRASIL recuando 1,02 por cento e OI perdendo 4,44 por cento. O governo federal elevou a alíquota do PIS/Cofins para produtos de informática, incluindo smartphones e tablets, o que, na visão do Itaú (SA:ITSA4) BBA, é ligeiramente negativo para as operadoras, uma vez que poderia reduzir o ritmo de crescimento futuro das taxas de penetração de smartphones, importante condutor do crescimento do uso de dados móveis.

=GERDAU saltou 4,19 por cento e GERDAU METALURGICA ganhou 2,99 por cento, em meio a dados melhores sobre construção nos Estados Unidos, mercado que responde por cerca de 30 por cento da receita da siderúrgica. Também ajudava divulgação na véspera de que a Guepardo Investimento, na qualidade de administradora de carteiras, passou a deter 5,0051 por cento das ações preferenciais da Gerdau (SA:GGBR4) Metalúrgica.

=BRASKEM subiu 3,77 por cento, após a petroquímica informar que está sendo finalizada com a Petrobras (SA:PETR4) a celebração de um novo aditivo contratual de curto prazo para o fornecimento de nafta petroquímica, diante do vencimento do terceiro aditivo ao contrato no fim de agosto.

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