Por Andreas Cremer (SA:CREM3)
FRANKFURT (Reuters) - O escândalo envolvendo a Volkswagen, que admitiu ter fraudado testes de emissões de veículos à diesel nos Estados Unidos, se espalhou nesta terça-feira com a Coréia do Sul afirmando que vai conduzir sua própria investigação e com um ministro francês fazendo uma chamada para uma investigação europeia.
As ações da montadora alemã caíram para a mínima de três anos na sessão desta terça-feira, estendendo a queda de 19 por cento de segunda-feira após a empresa admitir ter usado um software para enganar os reguladores norte-americanos na medição de nível de emissão de poluentes. Às 9h42 (horário de Brasília), as ações da Volkswagen caíam 19,2 por cento na Alemanha.
A maior montadora de veículos europeia pode encarar multas de até 18 bilhões de dólares nos Estados Unidos, como também ações judiciais coletivas de compradores além dos danos à sua reputação, com os reguladores alegando que a empresa os enganou por mais de um ano.
A companhia, que por anos tem veiculado comerciais de televisão nos Estados Unidos promovendo seus carros de "diesel limpo", foi contestada pelas autoridades norte-americanas em 2014. Os reguladores afirmaram que testes mostraram excesso de emissão de poluentes no Estado da Califórnia e nos limites federais.
A Volkswagen atribuiu o excesso de emissões a "vários problemas técnicos" e "inesperadas" condições reais. E foi só quando a Agência de Proteção Ambiental e o California Air Resources Board ameaçaram retirar os certificados dos modelos à diesel 2016 da montadora que ela, no começo de setembro deste ano, retificou suas explicações.
Um comitê do Conselho de Supervisão da Volkswagen deve se encontrar na quarta-feira para discutir a crise. O conselho inteiro deve se encontrar na quinta-feira para estender o contrato do presidente-executivo, Matin Winterkorn, até o final de 2018.