SÃO PAULO (Reuters) - A transportadora Rumo Logística teve prejuízo líquido de 185 milhões de reais no primeiro trimestre, reduzindo o resultado negativo de 226,2 milhões de reais obtido no mesmo período do ano anterior em meio ao aumento dos volumes transportados e das tarifas.
Ainda assim, a empresa apresentou prejuízo diante de maiores custos e despesas operacionais pela adoção de novas políticas contábeis, assim como maiores despesas financeiras devido ao aumento das taxas médias de juros.
A companhia teve avanço de 42,7 por cento do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) na comparação anual, a 444,6 milhões de reais. A margem Ebitda subiu 5,4 pontos percentuais, a 37,5 por cento.
A empresa prevê Ebitda no acumulado de 2016 entre 2,3 bilhões e 2,5 bilhões de reais.
O volume total transportado chegou a 10,075 bilhões de TKU, alta de 11,5 por cento sobre os três primeiros meses de 2015, com aumento de 22 por cento no volume de produtos agrícolas transportados, com destaque para a operação na região norte. O volume de produtos industriais, porém, caiu 21,3 por cento.
A tarifa média de transporte ferroviário subiu 13 por cento contra o primeiro trimestre do ano passado.
Segundo a empresa, a reestruturação de processos operacionais para aproveitar melhor os ativos e aumentar a eficiência de terminais contribuiu para o resultado, assim como o deslocamento de volumes da segunda safra de milho de 2015 do quarto trimestre do ano passado para o primeiro de 2016.
"Estes volumes aliados ao início da safra de soja acabaram por preencher meses tipicamente dedicados à entressafra", disse a Rumo. Além disso, investimentos realizados em 2015 em equipamentos ferroviários e infraestrutura das vias permanentes criaram capacidade adicional, preenchida pela nova estratégia comercial para garantir volume no longo prazo, afirmou.
Assim, a receita operacional líquida aumentou 22,2 por cento, alcançando 1,19 bilhão de reais.
A alavancagem medida pela relação da dívida abrangente líquida sobre Ebitda caiu para 4,98 vezes, ante 5,14 vezes no fim de 2015.
A companhia informou ainda que a conclusão de seu processo de capitalização de 2,6 bilhões de reais em abril permitiu celebração de proposta com bancos comerciais para reestruturar 2,9 bilhões de reais em dívidas com vencimento entre 2016 e 2018 para um prazo de 7 anos, com 3 anos de carência.
Além disso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se comprometeu com a aprovação de linhas adicionais de crédito no total de 2,8 bilhões de reais, que serão dedicados à execução do plano de investimentos em conjunto com os 700 milhões de reais já aprovados.
(Por Priscila Jordão)