BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal vai recriar o Ministério do Desenvolvimento Agrário, uma das pastas extintas na reforma feita pelo presidente interino Michel Temer, ao assumir a Presidência, informou o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, durante audiência na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado.
O ministério atualmente está dividido em duas partes. Uma delas, que cuida de agricultura familiar e outros temas correlatos, foi unida ao Ministério do Desenvolvimento Social. Outra, que trata da reforma agrária, foi transformada em uma secretaria ligada à Casa Civil e entregue ao partido Solidariedade.
De acordo com Padilha, em setembro, assim que terminar o processo de impeachment, o ministério será recriado.
“Eu tenho tantas ocupações que o tempo para cuidar da secretaria de desenvolvimento agrário não é o que seria indispensável. O presidente disse: tão pronto seja vencida a interinidade que se tenha os estudos para a reimplantação do Ministério de Desenvolvimento Agrário”, disse Padilha.
De acordo com o ministro, a quantidade de problemas na área são de tal monta que Temer teria optado por ter alguém que pudesse “pensar 24 horas por dia no assunto”.
De acordo com uma fonte palaciana, a retomada do ministério também permitirá que o governo toque um pacote de medidas na área, focado em mais crédito rural e na entrega de títulos para assentados. Temer pediu à secretaria um levantamento e dados iniciais apontam que cerca de 100 mil assentados ainda não tem os títulos das terras.
A recriação do MDA, segundo Padilha, não vai gerar custos adicionais nem novas contratações.
“Vamos otimizar, não vamos ter nenhum funcionário novo. Não haverá nenhum centavo a mais de custo da recriação da pasta”, garantiu, acrescentando que essa não é uma “mudança de posição” de Temer, que pregava ao assumir um ministério mais enxuto.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)