HONG KONG (Reuters) - Atingidos por perdas com empréstimos, bancos chineses devem mostrar um enfraquecimento no nível de capital nos resultados do primeiro semestre, aumentando a perspectiva de que o governo do país possa ter de injetar mais de 100 bilhões de dólares no sistema, afirmam alguns analistas.
Há alguns indicativos iniciais de que o governo chinês já esteja tomando medidas para ajudar alguns bancos menores, que estão enfrentando dificuldades para manter níveis de reserva de capital, conforme a economia da China desacelera, as margens de juros caem e a inadimplência sobe.
"Nós acreditamos que a recapitalização e o processo de resgate já está discretamente a caminho. No entanto, ele tem passado despercebido uma vez que começou com os bancos menores e não listados em bolsa", disse o analista do setor do UBS Jason Bedford.
"Nós esperamos que este processo vai acelerar acentuadamente em 2017, particularmente entre os bancos listados", afirmou Bedford. Ele acrescentou que para fechar o buraco nos níveis de capital o setor vai precisar de uma infusão de 172 bilhões de dólares.
Os maiores bancos, incluindo o Agricultural Bank of China e o Bank of Communications, começam a divulgar seus resultados esta semana, e a corretora Daiwa estima que o crescimento do lucro do setor nos primeiros seis meses de 2016 será de apenas 0,7 por cento.
Apesar dos cinco maiores bancos da China afirmarem terem ao final de 2015 uma reserva de capital de cerca de 14 por cento, os bancos menores estavam com nível de capital nível 1 de 10,69 por cento ao final de junho, ante 10,96 por cento um trimestre antes. Este nível é um pouco acima do mínimo de 10,5 por cento que os bancos na China precisarão ter até 2018.
Representantes da Comissão Regulatória de Bancos da China não comentaram o assunto.