SÃO PAULO (Reuters) - A prévia da inflação oficial brasileira desacelerou em setembro mais do que o esperado diante do alívio nos preços dos alimentos, o que deve ajudar o Banco Central a reduzir os juros em breve apesar de, em 12 meses, o indicador ter continuado próximo de 9 por cento.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou alta de 0,23 por cento neste mês, depois de subir 0,45 por cento em agosto, contra expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,35 por cento.
Com isso, o avanço acumulado em 12 meses até setembro caiu a 8,78 por cento, desacelerando sobre os 8,95 por cento do mês anterior e abaixo da expectativa de 8,91 por cento. Mesmo assim, permaneceu acima do teto da meta do governo, de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta quinta-feira que o maior responsável pelo resultado do IPCA-15 foi o grupo Alimentação e Bebidas, cujos preços mostraram variação negativa de 0,01 por cento, depois de alta de 0,78 por cento em agosto.
Entre os alimentos que vinham pressionando com força a alimentação, os preços do feijão-carioca recuaram 6,05 por cento neste mês e do leite longa vida, 4,14 por cento.
Por outro lado, as frutas tiveram alta de 4,01 por cento, tendo o maior impacto sobre o IPCA-15 do mês.
O IBGE informou ainda que os serviços pessoais permaneceram pressionados em setembro, com alta de 0,98 por cento, acumulando em 12 meses avanço de 8,55 por cento.
A perda de força do IPCA-15 neste mês reforçaram as apostas no mercado de DI de que o BC vai reduzir a taxa básica de juros --que está em 14,25 por cento há mais de um ano-- em outubro, próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom).