Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Com o presidente Michel Temer fora do país, a ordem no Palácio do Planalto é não comentar a prisão de Eduardo Cunha e manter distância do ex-deputado fluminense, disseram à Reuter duas fontes governistas.
Desde que assumiu a Presidência da República, Temer tem tentado se manter longe de Cunha e, apesar de serem do mesmo partido, preferiu evitar qualquer forma ajudá-lo a escapar da cassação.
O afastamento definitivo do deputado facilitou a situação do Planalto, mas a prisão traz de volta um risco concreto de uma delação premiada, avalia um assessor palaciano. Especialmente com a mulher de Cunha, Claudia Cruz, também sendo processada pelo juiz Sérgio Moro.
A avaliação é que, ao contrário do que apregoa a oposição, Cunha não teria elementos para comprometer o presidente, com quem nunca teria tido uma relação tão próxima. No entanto, poderia complicar a vida de outros peemedebistas e complicar ainda mais o governo, que já se vê envolto em denúncias contra seus ministros.
A ordem é manter o silêncio e distância do parlamentar fluminense e não trazer o problema para dentro do Planalto.