Washington, 16 abr (EFE).- O presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, assegurou hoje que vetará qualquer lei sobre a
regulação do sistema financeiro que não impor limites ao mercado de
derivados.
Obama efetuou esta promessa em reunião com acadêmicos e
empresários acerca da reforma do sistema financeiro, a próxima
prioridade legislativa que será debatida no Congresso americano após
a aprovação da reforma de saúde no mês passado.
Os derivados são produtos sofisticados planejados como um seguro
contra os altos e baixos nos preços ou nas cotações, apesar de na
última década se popularizaram como mercados não regulados de
apostas e especulação, o que os deixou no epicentro da recente crise
financeira.
A legislação que está sendo debatida prevê regular o mercado de
derivados, apesar da oposição republicana se opor firmemente a este
extremo.
Os 41 senadores republicanos, em uma câmara de cem cadeiras,
enviaram hoje uma carta ao líder da maioria democrata nesse fórum,
Harry Reid, para advertir-lhe que votarão por unanimidade contra a
reforma na próxima semana, quando se submeterá a debate.
O presidente americano - que em várias ocasiões se mostrou muito
crítico a Wall Street, a cujos executivos acusou de
irresponsabilidade no processo que levou à crise - disse hoje na
reunião que o mercado de derivados deve contar com uma regulação
estrita, com o argumento de que, de outro modo, se deixaria a porta
aberta para que se repetisse a situação.
"Não podemos deixar que se repita a história", declarou.
"Vetarei qualquer legislação que não controle o mercado de
derivados com algum tipo de marco regulador e se assegure que não
voltamos a cair no mesmo tipo de desastre que vimos no passado",
acrescentou.
Obama expressou seu desejo de que "democratas e republicanos
possam encontrar um terreno comum para avançar neste assunto".
"É hora de exigirmos responsabilidade a Wall Street e proteções
para os consumidores para que não voltemos a nos encontrar na mesma
situação", ressaltou.
A oposição unânime dos republicanos representa um revés para os
democratas e para a Casa Branca, que esperavam obter o apoio de
algum senador da oposição para poder somar os 60 votos necessários
para evitar o veto republicano. EFE