Washington, 17 ago (EFE).- Dois novos estudos científicos
contestam a afirmação do Governo dos EUA, que garante que a maioria
do petróleo que vazou do poço danificado às águas do Golfo do México
tenha sido eliminado do mar.
Um dos estudos, da Universidade da Geórgia, garante que três
quartos do petróleo ainda estão sob a superfície do Golfo, o que
pode representar uma ameaça para o ecossistema.
O Governo americano informou no início do mês que metade do
petróleo tinha sido eliminada mediante queimas controladas ou
recuperado da água, e um quarto tinha evaporado ou dissolvido.
Entretanto, Charles Hopkinson, que coordenou a pesquisa da
Universidade da Geórgia, assinalou nesta terça em entrevista
coletiva que até 79% dos 4,9 milhões de barris de petróleo que,
calcula-se, foram derramados ao mar, permanecem no Golfo.
"A ideia de que 75% do petróleo desapareceu e não representa
preocupação para o meio ambiente é absolutamente incorreta", afirmou
Hopkinson.
Outro estudo, da Universidade do Sul da Flórida, detectou restos
de petróleo em experimentos realizados no nordeste do Golfo, o que
pode representar uma ameaça crítica para grandes organismos
marítimos.
Os cientistas detectaram sedimentos de petróleo em locais onde as
águas ricas em nutrientes ajudam a manter importantes espécies de
peixes na região ocidental da Flórida.
O vazamento começou em 20 de abril, por causa da explosão e
posterior afundamento de uma plataforma petrolífera operada pela
British Petroleum (BP).
O acidente fez com que o poço petrolífero lançasse petróleo às
águas do Golfo durante 87 dias, além de ter matado 11 funcionários
da plataforma. EFE