Washington, 10 out (EFE).- Os principais bancos do mundo pediram
hoje ao Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e os
principais emergentes) que impulsione a cooperação multilateral
durante sua próxima reunião em Seul (Coreia do Sul) para solucionar
os grandes desafios macroeconômicos globais, entre eles a guerra de
divisas.
"A cúpula do G20 do próximo mês em Seul precisa impulsionar ações
coordenadas para enfrentar os grandes temas econômicos e cambiais",
disse hoje o Instituto de Finanças Internacionais (IIF), que
congrega mais de 400 bancos.
A associação destacou que existe uma perigosa tendência mundial
ao unilateralismo.
Nesse sentido, o diretor executivo do IIF, Charles Dallara,
declarou hoje em entrevista coletiva que a política monetária de
expansão quantitativa (compra de dívida pública por parte do Federal
Reserve - Fed, o banco central americano) está sendo aplicada "sem
se pensar nas repercussões no resto do mundo".
O vice-presidente emérito do IIF, William Rhodes, destacou também
que o débil crescimento dos Estados Unidos não pode ser solucionado
apenas com política monetária e é preciso considerar outras medidas,
como o estímulo fiscal.
"A política monetária não pode solucionar tudo", ressaltou.
Essas medidas provocaram uma depreciação contínua do dólar e,
como consequencia, de algumas moedas asiáticas, algo que o Brasil e
outros países denunciaram, já que reduz a competitividade.
Por sua vez, Dallara afirmou hoje que as tensões cambiais atuais
refletem desequilíbrios estruturais de fundo nas grandes economias
mundiais.
Além dos desequilíbrios econômicos, o IIF ressaltou que também é
necessário agir de forma coordenada para que haja uma reforma
financeira.
Nesse sentido, o presidente do Deutsche Bank e diretor do IIF,
Joseph Ackerman, declarou que na Europa há vários países que
discutem a imposição de impostos ao setor financeiro.
"Nosso desejo é que haja um só imposto para toda a União
Europeia", disse Ackerman. EFE