Washington, 25 jan (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu nesta terça-feira ações "amplas e rápidas" para superar os problemas financeiros e de dívida soberana na zona do euro, um dos requisitos "mais urgentes" para uma recuperação global robusta.
O Fundo, que divulgou nesta terça a atualização de seu relatório semestral "Perspectivas Econômicas Mundiais", assim como seu relatório revisado sobre "Estabilidade Financeira Global", assinalou as tensões na Europa como um dos grandes riscos para a saúde econômica do planeta.
Diante dessa situação, recomendou atuar com mão firme. O organismo reconheceu os "passos importantes dados "em nível nacional e da zona do euro em seu conjunto desde maio, "incluindo medidas para reforçar os orçamentos fiscais e introduzir reformas estruturais".
A isso se somam as medidas de liquidez "extraordinárias" e o estabelecimento temporário do fundo de estabilidade dos países da zona do euro, que será substituído pelo permanente Mecanismo de Estabilidade Europeia no ano 2013.
Mesmo assim, o fundo considerou que é preciso ir adiante. Lembrou que os mercados seguem "preocupados" pelas "potenciais perdas" nos bancos da região e insistiu em que as provas de solvência realizadas até o momento não conseguiram afastar esses temores.
O Fundo entende que adotar novos testes de solvência, "mais realistas, amplos e rigorosos", aumentaria a transparência, e assinalou que os testes devem ser acompanhados de uma rápida recapitalização.
Segundo o FMI, os mercados precisam ter a certeza que há recursos suficientes das instituições europeias para enfrentar os riscos e uma política que seja "consistente".
Daí que o fundo de estabilidade dos países da zona do euro (EFSF) e seu substituto, o ESM, "devam de ter a capacidade para arrecadar fundos suficientes e entregá-los de forma flexível segundo as necessidades", ressalta o relatório.
"Enquanto isso, o BCE vai precisar continuar oferecendo liquidez e manter seu protagonismo nas compras de ativos para preservar a estabilidade financeira", acrescentou o Fundo em seu relatório atualizado "Perspectivas Econômicas Mundiais".
Apesar do alerta da possibilidade que as tensões nos países periféricos da zona do euro se contagiem ao coração da Europa, o FMI diz acreditar que esse risco não vai se materializar.
Na sua opinião, as políticas em andamento conseguirão que as turbulências financeiras e seus efeitos reais fiquem contidos na periferia da zona do euro e que esses problemas sejam um lastro "modesto" para a recuperação global.
O FMI prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro suba 1,5% neste ano, sem mudanças frente à previsão de outubro.
O organismo rebaixou em um décimo sua previsão para 2012, até 1,7%. EFE