Buenos Aires, 14 ago (EFE).- O ex-presidente argentino Fernando de la Rúa começou a ser julgado nesta terça-feira em um tribunal do país junto com outros sete acusados de pagar suborno a senadores em 2000.
Mais de 340 testemunhas serão ouvidas ao longo do processo, que durará entre seis e oito meses. De la Rúa se sentou hoje na primeira fila do banco dos réus e não fez nenhum comentário ao chegar no tribunal. A imprensa local informou que o ex-presidente contratou uma agência de publicidade para reforçar o trabalho de seus advogados.
Colaboradores do ex-governante distribuíram um panfleto no qual De la Rúa diz que a acusação contra ele é "absurda e cheia de contradições". O texto diz que o próprio ex-presidente pediu a investigação dos fatos quando eles ocorreram.
Serão julgados ainda outros sete antigos funcionários e legisladores, todos acusados de subornar senadores para garantir a aprovação de um reforma trabalhista do então governo De la Rúa.
Todos eles negam a versão divulgada pelo ex-secretário do Senado Mario Pontaquarto, que afirmou ter recebido US$ 4,3 milhões de suborno.
Pontaquarto disse hoje ao chegar no tribunal que estava disposto a "corroborar os fatos, a contar a história realmente como foi e como se passou".
O panfleto distribuído pelos colaboradores do ex-presidente afirma: "Pontaquarto me incriminou sem provas, com um discurso baseado em contradições e declarações que nunca foram provadas. Que credibilidade pode ter este personagem? Nenhuma".
Se for considerado culpado, De la Rúa, que renunciou a seu cargo em dezembro de 2001 em meio a um conflito social e uma severa crise econômica, pode ser condenado a uma pena de até seis anos de prisão, assim como os outros acusados. EFE
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