NORRISTOWN, Estados Unidos (Reuters) - Bill Cosby disse a detetives que o interrogaram pouco depois de ser acusado de agredir sexualmente uma ex-amiga na casa dele na área de Filadélfia em 2004 que tocou, mas não fez sexo, com sua acusadora, disseram procuradores nesta terça-feira.
Cosby, comediante de 80 anos conhecido por estrelar o programa de televisão de sucesso "The Cosby Show" nos anos 1980, está enfrentando seu segundo julgamento em um tribunal da Pensilvânia, onde é acusado de drogar e atacar Andrea Constand. O júri que participou de seu primeiro julgamento no ano passado não chegou a um veredicto sobre estas acusações.
Nesta terça-feira o novo júri ouviu depoimentos da polícia do município de Cheltenham, que investigou o caso inicialmente devido às acusações de Andrea, ex-diretora de operações do time de basquete feminino da Universidade Temple, onde Cosby se formou.
À época os procuradores se negaram a processar o humorista, que acabou sendo acusado no final de 2015, pouco antes de o crime prescrever.
O sargento de polícia Richard Schaffer leu para o júri uma transcrição de um interrogatório policial de 2005 no qual Cosby disse ter tido um encontro sexual consensual com Andrea, mas que não chegou a consumá-lo.
"Não senti vontade", disse Cosby no interrogatório, segundo Schaffer. "Eu gostava de acariciar, tocar".
Andrea Constand é uma de cerca de 50 mulheres que acusaram Cosby de agressões ocorridas durante décadas, mas seu caso é o único recente o suficiente para ser submetido a um processo criminal.
Cosby nega qualquer delito e afirma que todo e qualquer contato sexual foi consensual. Ele pode enfrentar uma pena de 10 anos de prisão se for condenado.