Por Aparajita Saxena e Lauren Tara LaCapra
(Reuters) - O Morgan Stanley (NYSE:MS) seguiu os passos de seu principal concorrente, o banco Goldman Sachs, e apresentou resultados mais fortes do que o esperado na quarta-feira, mas manifestou certa cautela com impacto das tensões comerciais e preocupações geopolíticas sobre as futuras receitas com trading.
O aumento de 40 por cento no lucro do primeiro trimestre do banco foi impulsionado pelo aumento da volatilidade do mercado desde fevereiro, mas o vice-presidente financeiro, Jonathan Pruzan, alertou que a turbulência do mercado causada por uma disputa com a China poderia deixar os clientes de lado.
"A volatilidade é interessante porque existe uma certa volatilidade que é muito boa e propícia aos mercados, clientes e nossos resultados, e então há volatilidade, como vimos em fevereiro, que foi bastante deficitária", disse Pruzan à Reuters.
"Nossa empresa foi capaz de absorver esses dias espinhosos, mas uma coisa boa em demasia não é boa para nossos negócios."
Ele também apontou a luta do banco no ano passado para igualar um primeiro trimestre forte, quando suas vendas e receita de trading cresceram 30 por cento. Desta vez, a receita de vendas e trading saltou 26 por cento nos primeiros três meses do ano, impulsionada por fortes ganhos em ações e negociação de títulos.
Às 11h45 (horário de Brasília), as ações da Morgan Stanley subiam cerca de 1 por cento.
"Não deve surpreender ninguém, pois agora se tornou a norma: com o Morgan Stanley, sempre há algo de bom sob a árvore de lucros do banco", disse Axel Pierron, diretor-gerente da Opimas, consultoria de administração de mercado de capitais.
O Credit Suisse também chamou os resultados de "solidamente positivos".
A receita total com trading do banco foi de 4,40 bilhões de dólares, um pouco melhor do que os 4,39 bilhões de dólares do Goldman Sachs.
A receita do Morgan Stanley com transações com títulos subiu 9,3 por cento com o aumento da atividade de clientes após vários trimestres lentos, em contraste com os rivais JPMorgan Chase & Co (NYSE:JPM) e Citigroup, que registraram estabilidade e queda de 7 por cento, respectivamente.
A receita de administração de patrimônio subiu 7,8 por cento, enquanto a margem de lucro antes dos impostos ficou em 27 por cento, o ponto médio da meta do presidente-executivo James Gorman, de 26 por cento a 28 por cento.
Sob Gorman, o banco tem confiado mais em negócios que geram taxas fixas, como a administração de fortunas, depois que a tomada de risco quase emborcou durante a crise financeira de 2007-2009.
A receita de banco de investimento aumentou 6,8 por cento, ajudada por maiores taxas de consultoria, enquanto a receita total de subscrição aumentou 2 por cento.
A receita total do Morgan Stanley subiu 13,7 por cento, para 11,08 bilhões de dólares.
(Por Aparajita Saxena em Bengaluru e Lauren Tara LaCapra em Nova York)