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Desafiadores, manifestantes de Hong Kong exigem renúncia de líder do governo

Publicado 01.10.2014, 11:39
Atualizado 01.10.2014, 11:40
© Reuters Joshua Wong, líder do movimento estudantil, discursa durante protesto no centro financeiro de Hong Kong

Por Donny Kwok e Irene Jay Liu

HONG KONG (Reuters) - Milhares de manifestantes encheram as ruas de Hong Kong nesta quarta-feira, alguns deles vaiando as comemorações do Dia Nacional, e estudantes ameaçaram intensificar as manifestações se o líder pró-Pequim da cidade não renunciar.

Houve pouco sinais de que o ímpeto esteja diminuindo no quinto dia do protesto "Occupy Central", que têm ocupado setores da cidade, incluindo o distrito financeiro, para expressar a revolta com a decisão chinesa de limitar a escolha dos eleitores na votação da liderança do país em 2017.

Muitos temiam que a polícia usasse a força para dispersar a multidão antes das celebrações do aniversário da fundação da República Popular da China em 1949, temores que se mostraram infundados, já que a polícia ficou recolhida.

A multidão paralisou grandes trechos do importante centro financeiro asiático e afetou os negócios, de bancos a joalherias. Não houve relatos de distúrbios nesta quarta-feira, mas testemunhas disseram que o número de manifestantes cresceu no começo da noite (horário local).

O líder estudantil Lester Shum emitiu um ultimato ao executivo-chefe do território, Leung Chun-ying: renunciar ou enfrentar passeatas ainda maiores.

"Iremos escalar a ação se Leung não se demitir até hoje à noite ou amanha à noite. Iremos ocupar mais instalações e escritórios do governo", disse ele a repórteres, sem dar maiores explicações.

"Acredito que o governo está tentando ganhar tempo. Querem usar táticas como enviar algumas pessoas para semear o caos para terem um bom motivo para dispersar a multidão".

A tropa de choque usou gás lacrimogêneo, spray de pimenta e cacetetes para tentar apaziguar o tumulto, mas desde então as tensões diminuíram, já que os dois lados pareceram preparados para vencer pela teimosia, pelo menos no momento.

Os protestos são os piores em Hong Kong desde que a China reassumiu seu governo em 1997.

Uma fonte governamental ligada a Leung afirmou que o líder e seus conselheiros planejam adotar uma abordagem mais suave.

"Pode levar uma semana ou um mês, não sabemos. A menos que surja uma situação caótica, não enviaremos a tropa de choque… esperamos que isso não aconteça", disse a fonte.

© Reuters. Joshua Wong, líder do movimento estudantil, discursa durante protesto no centro financeiro de Hong Kong

A China repudiou os protestos, que chamou de ilegais, e a liderança do Partido Comunista em Pequim viu como preocupantes as manifestações pró-democracia que se espraiaram para os vizinhos Macau e Taiwan.

Reforçando o nervosismo entre alguns ativistas, temerosos de que provocações no dia da pátria poderiam levar à violência, os líderes dos protestos exortaram a multidão a não interromper a cerimônia de hasteamento da bandeira no ancoradouro Victoria.

O evento transcorreu pacificamente, embora dezenas de estudantes presente na Praça Bauhinia tenha vaiado a execução do hino nacional.

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